Sob As Nossas Estrelas. /⚣

⋆ Capítulo¹ ⋆

              — Puta merda... — Sussurrei, enquanto olhava hipnotizado para o meu pulso direito. — Caralho...

Em uma caligrafia elegante prata, estava escrito o nome da minha alma gêmea... Eu nunca achei de fato que eu teria uma, ainda mais que na minha família fazia mais de cem anos que não tinha um único relato sobre almas gêmeas, mas aqui estava eu, encarando o nome Damon Dior.

— Mas que caralho! — Praticamente gritei, enquanto me tacava na minha cama. — Por que ele?

— Ethan? — A voz da Ellen, minha irmã, soa do outro lado da porta. — Tá tudo bem?

— Não, nada bem. — Meu tom era o puro desânimo.

— O que aconteceu?

Ela entrou no meu quarto e veio até a minha cama, se sentando perto de mim. Seus olhos castanhos fixos no meu.

— Alma gêmea.

Ellen pareceu paralisar, ela olhou pensativa para a janela do meu quarto, que tinha vista para o grande mar da cidade de Coral

— Você tem uma... — Um pequeno sorriso se formou em seus lábios.

Ainda me lembro como ela ficou decepcionada em seu aniversário de quinze anos, quando nenhum nome apareceu, ficou tão chateada que nem queria comemorar.

— Quem é?

Seus olhos finalmente voltaram a me encarar, desta vez com um brilho de curiosidade. Olhei para o meu pulso, talvez na esperança de que aquele nome tenha sumido, que tivesse outro nome no lugar, mas não era assim que funcionava, ele ainda estava lá.

— Damon... — Sussurro, aquele nome não me parecia certo. — Dior..

A felicidade dela sumiu, sendo substituída por choque e talvez desespero.

— Tem certeza que é Dior?

— Sim.

— Isso é péssimo!

Quem é Damon Dior?
Filho de Olivia Moss e Vincent Dior, que são duas pessoas importantíssimas em todo o mundo. Damon também é considerado, muitas das vezes um demônio, ainda mais depois de tantas pessoas que ele já deixou hospitalizadas ou a beira da morte em suas brigas.
Ele também vive de festas, álcool, sexo e muito provavelmente drogas. Ele é frio, arrogante e egoísta.

— Oh, eu sei como isso é péssimo!

Ellen se deitou ao meu lado na cama.

— Mas ele não veio te preocupar por todo esse tempo, então ele nem deve estar interessado.

Aquela frase me deu um pingo de esperança. Se ele nunca se importou em vir até mim e falar que eu era a alma gêmea dele, talvez a gente não precisa conversar sobre isso, nunca.

𔘓 𔘓 𔘓

— O que planeja fazer? — Ellen perguntou, me dando uma breve olhada antes de voltar a sua atenção para a estrada.

— Não planejo nada além de manter isso em segredo!

Hoje era o dia em que os alunos voltavam para o colégio interno Leclair para o começo do ano letivo.

— Isso deve ser fácil. — Deu de ombros.

O resto da viagem foi calma, o colégio era longe, ainda nas redondezas de Coral, porém, ele ficava em uma parte onde não tinha nenhuma casa, nada além de uma floresta rodeava o internato.

— Quer que eu te ajude com as malas?

Eu concordei, e Ellen me ajudou em levar as minhas malas até o meu dormitório. Eu passei meus últimos quatro anos dividindo um quarto com Henry, o meu melhor amigo, porém, quando se vai para o ensino médio, eles tendem a mudar os colegas de quarto.

— Dormitório 202...

Abri a porta do dormitório, igual a todos os outros: Havia duas camas, uma de cada lado do quarto, no meio delas tinha uma cômoda, com seis gavetas, três de cada lado. No mesmo lugar que a comoda, centímetros a cima, tinha uma enorme janela de vidro, que era a fonte de luz no momento. Também tinha dois pequenos armários, e duas mesas de estudos, além da porta para o banheiro.

— Eu deveria ter estudado aqui também, pensando bem! — Ellen falou, enquanto colocava as minhas malas na cama que estava desocupada. — Bom... Tchau, Ethan!

Ela veio até mim e me abraçou, eu a abracei de volta.

— Me liga!

E ela me deixou sozinho no quarto. Fui até a minha cama e me joguei nela, olhando para o teto branco e sem graça.

A porta do dormitório foi aberta, me fazendo olhar quem entrou.
Paralisei quando vi quem era, os cabelos negros bagunçados, os olhos tão escuros quanto a noite me encarando de cima a baixo, o maldito sorriso sacana no rosto.

— Ethan Prince... — Seu sorriso pareceu triplicar quando percebeu que eu tremi ao escutar a sua voz. — Que prazer em vê-lo!

PUTA MERDA, DAMON DIOR ESTÁ NA MINHA FRENTE!

Ele estendeu sua mão esquerda, vendo que eu não a pegaria, ele pegou forçadamente a minha mão direita, e então beijou o seu verso.

— Feliz aniversário atrasado, mon amour!

E naquele momento, eu tive vontade de morrer.