⋆ Capítulo⁹ ⋆

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                   — Eu beijei o Damon! — Foi a primeira coisa que eu disse para Ellen.

Eu tinha acordado há algum tempo e não tinha nenhum sinal de Damon do dormitório, então fui me arrumar para a primeira aula do dia, porém, antes mesmo que eu saísse do quarto, Ellen me ligou.

— Oi? — Ela perguntou confusa, mas logo sua confusão foi passando para uma expressão surpresa. — Fala sério!

— Eu estou.

Ela sorriu, um sorriso que mostrava todos os seus dentes.

— Que incrível, Ethan! — Ela gritou, eufórica. — E como foi?

— Bom... — Comecei a falar para ela o que tinha acontecido, Ellen sempre mostrando as suas melhores expressões de acordo com a história. — E você nem imagina... Ele vem me chamando de “Meu amor” desde o primeiro dia!

— Own... Ele é romântico!

— Eu não diria que tentar matar meu melhor amigo é muito romântico. — Digo irônico.

— Então meu cunhado é do tipo possessivo? — Ellen riu.

— Cunhado? — Eu gargalhei. — Não começa, Ellen!

— Ethan, meu bem, escute a sua irmã, vocês vão se casar, e eu estarei lá, sentada na primeira fileira, com uma plaquinha escrita “Eu falei!”

— Falou o quê?

— Que vocês vão se casar!

— Quando você falou isso?

— Agora.

— Claro, claro.

Revirei meus olhos, olhei o relógio que ficava na parede, eu estava atrasado.

— Tchau, Ellen, preciso ir para a aula!

— Tchau Ethan! Boa aula!

Eu desliguei e sai correndo do dormitório, eu estava muito atrasado.

𔘓 𔘓 𔘓

Quando as aulas acabaram, Charles levou Henry para um encontro e como eu não estava de ir para o dormitório, eu fui para o pátio e me sentei escorado em uma árvore que tinha ali, a árvore era grande e que não deixava os últimos resquícios do sol chegar até mim.

Eu observava as pessoas passarem, algumas passavam sozinhas, felizes ou tristes, algumas com seus namorados ou grupinhos de amigos. Em meio a essas pessoas, duas pessoas chamaram mais a minha atenção. Damon e Dalila estavam andando bem colados, lado a lado, enquanto conversavam, eles estavam sorrindo.

Uma parte de mim ficou curiosa para saber o que eles estavam falando, mas eles estavam longe demais. Em algum momento do percurso que eles estavam fazendo, Dalila me viu, cutucou Damon e então apontou para mim, ele olhou para onde eu estava e assim que me enxergou, sorriu e acenou, acenei de volta, acanhado.

A loira, então, pegou o braço de Damon e começou a arrastar ele para a minha direção, isso me deixou um pouco apavorado. O que ela estava fazendo?

Em poucos segundos, eles estavam na minha frente, olho para cima e encontro os olhos negros e nervosos dele.

— Ethan, Damon queria te perguntar algo! — Dalila tinha um grande sorriso no rosto. — Não é mesmo? — Ela o olhou com olhos ameaçadores.

— É... — Ele coçou a nuca. — Ethan... Sábado, você gostaria de sair comigo? Durante a noite.

Ele está me chamando para um encontro?

— Sábado?... Não dá, tenho que ajudar o professor Thiago.

Damon olhou para Dalila, que sussurrou um “Sexta, então.”

— Sexta? — Seus olhos brilhavam em expectativa.

— Ok, então...

Ele sorriu para mim e então, arrastou Dalila para longe.
Depois de um tempo, me cansei de ficar ali sozinho e fui para o dormitório, dormir.

𔘓 𔘓 𔘓

Durante a noite, eu acordei, e apesar de tentar repetidas vezes a voltar a dormir, eu não consegui. Olhei para o relógio do meu celular, quase duas da manhã.

— O que faz acordado? — A voz de Damon me assustou, me fazendo dar um leve pulo da cama e me sentar.

— Falta de sono.

Ele não falou mais nada, até pensei que ele tinha voltado a dormir, porém, a luz do abajur da cômoda se acendeu, me dando a visão de um Damon mexendo em suas gavetas, ele me mostrou cartas de baralho.

— Me ajuda a ter sono, sabe... Jogar. — Ele veio até a minha cama e se sentou na ponta dela, me olhando — Vamos jogar.

Pensei um pouco, isso não séria tão ruim.

— Apenas uma partida..

Nós arrumamos na cama e ele me deu pelo menos cinco jogos com as cartas, entre todos, eu escolhi aquele que me parecia mais fácil, sabonete.

— É um jogo simples! — Afirmou, enquanto me entregava dez cartas.— Você arruma dez cartas, viradas para baixo, em duas fileiras de cinco, após isso, você pega uma carta da pilha de compra, caso saia um cinco, você conta as cartas até chegar no cinco. O Às vale como um, o valete, dama e rei são descartáveis, assim como o coringa. Quem completar de um a dez primeiro, ganha!

— Parece fácil.

— E é.

Eu perdi aquela partida, e a que pedi revanche, ou a que era para ser a revanche da revanche. Porém, ganhei a quarta partida, a sexta, sétima, nona e décima.

Já passava das quatro da manhã quando eu comecei finalmente a recuperar o meu sono, meus olhos lacrimejam e eu bocejava a cada seis minutos.

— Ok, vamos dormir, “Apenas uma partida”.

Zombou de mim, ao pegar o baralho e o arrumar, logo guardando na gaveta da onde ele tinha pegado.

— Boa noite, Ethan!

Eu já estava praticamente dormindo quando escutei aquilo, com muita dificuldade eu respondi, com a voz grogue.

— Boa noite!

E assim eu apaguei, indo para o meu mundo dos sonhos, onde tinha enormes cartas de diferentes naipes, que estavam se alinhando de um a dez, e bem, no fundo, eu pude jurar estar escutando uma voz, mas eu não entendia nada do que ela falava, apenas que era bom escutar.

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Oi!
O que acharam?

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