capitulo 2

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Carla banks

- Srta. Carla banks - ouço o meu nome ser chamado pela secretaria e não espero mais nenhum segundo para me apresentar

- aqui - me levanto um pouco trêmula, garganta seca e nervosa, ando até a sala que a secretaria ordenou para eu ir, seguro a maçaneta da porta e respiro um pouco, tentando acalma-me

Entro na sala e logo me deparo com o mesmo rapaz do elevador, ele estava sentado na poltrona. na sua mão um lápis que fazia movimentos giratórios e sua atenção estava no notebook


Enquanto ando pela sala enorme até a cadeira que tinha em frente a sua mesa, o mesmo não me olha nem por milésimos segundos, mas dava a impressão que ele observava a cada passo que dava naquela cômodo

- licença - peço educadamente antes de me sentar.

O mesmo larga o lápis na mesa e pega a folha que eu prevejo ser o meu currículo com todas as informações

- Srta. Bank.

- Sim?

- suas únicas áreas de experiência são garçonete, secretária e faxineira? - pergunta, seu tom de voz era frio e dava para perceber um leve tom de desgosto, se não me engano

- exato

- Você tem certeza que veio colocar o currículo no lugar certo? -- pergunta, larga o papel na mesa e me encara, agora dava para ver detalhadamente aqueles pares de olhos, a íris dos seus olhos era um verde mais intenso, bem chamativo que, se tivesse em frente a luz do sol, iria parecer uma pedra de esmeralda. Mas em um tom mais claro

- não entendi essa sua pergunta

- Veja, essa é umas das empresas mais prestigiadas de Nova York, você acha que precisamos de faxineira ou secretária? - pergunta ainda me encarando

- sim, na minha opinião, esses cargos são importante para uma empresa se manter em ordem - digo, eu estava tensa, esfregava o meu dedão com força na palma da minha mão de tão nervosa.

- vejo que a Srta. Não me entendeu, oque eu quis dizer é, pessoas assim arranjamos em qualquer lugar, precisamos de alguém mais qualificado...e pelo seu currículo, você não e...odeio perder meu tempo para algo insignificante

- como irá saber se não me deu nenhuma chance? - eu realmente estava procurando a paciência que me restava, como se eu fosse uma simples pessoa querendo um emprego qualquer apenas para sobreviver, não que eu seja, mas ele não precisa me tratar assim

- eu sei que não, agora, me der licença

- certo...- me levanto e ajeito a bolsa no meu ombro, mas antes disso eu lhe encaro - posso não ser qualificada para a merda dessa empresa, mas tenho algo que talvez você desconheça, educação. ao contrario de você que não passa de um arrogante que não sabe tratar as pessoas bem - falo tudo de uma vez, mas apenas o vejo voltar a sua atenção para oque estava fazendo.

- achei o 'que quiser, você não é a primeira a encher o meu saco por que não conseguiu um emprego, você deveria economizar salivar e ir procurar outro trabalho em outro lugar, que eu me lembre, não sou obrigado dar emprego por caridade


Saio pisando firme fazendo o barulho ecoar pela sala inteira, me despido da secretaria e vou andando até o elevador, entrando em seguida

- eu estou completamente fodida... e não e nem de um jeito bom - encosto as minhas costa no elevador e suspiro

- o'que eu vou fazer agora? - essa era uma pergunta que eu fazia constantemente, mas nunca cheguei em uma conclusão exata

Saio andando do elevador derrotada e desanimada, a minha vida a cada dia que passa vai se tornando uma bola de neve, como e quando isso começou? Não me lembro

O celular começa a tocar dentro da bolsa e logo me desespero, a música que ele transmitia não era nada amigável

'' quando você me amarrar, faça devagar e esqueça o tempo''


Atendo o celular e tento desviar dos olhares me julgando para cada lado que eu olhava, tinha até mães com as mãos nos ouvidos das crianças para não ouvir a minha bela melodia

- Quem é?

- isso é jeito de falar com a sua mãe?

- fala do outro lado da linha

- pensei que não lembrasse mais de mim

- estamos fazendo um almoço em família e espero que você venha - vai direto ao ponto

- e o'que fez me chamar ou me ligar depois de longos 2 anos? - pergunto, eu estava parada na calçada tentando chamar atenção de um táxi

- quero te ver, aliás, você é a minha filha

- mães não faz o'que você tentou fazer, lembrar? - a recordo

- estarei lhe esperando aqui na minha casa...nossa casa.

- além de ter lembrado de mim depois de anos, me chama em cima da hora, menos 2 pontos - digo ironicamente, mas sei que por dentro eu realmente estou chateada.

Eu e a minha mãe paramos de se falar faz exatamente dois anos, mais especificamente, eu parei de falar com ela por motivos bem óbvios.

Ela tentou me arranjar um casamento quando eu tinha 23 anos, eu não podia aceitar que ela me vendesse como um objeto apenas porque seria eu quem iria salvar a minha tão adorável família apenas unindo empresas

Mas e eu? Quem iria me salvar?


Ninguém.

então eu tive a brilhante ideia de meter o pé e desde então não os procurei para nada. Mesmo na minha pior fase.


Mas acho que já está na hora de ver como a minha família anda.




uma guarda costa na minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora