O Retorno

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Oi, você estão preparados ? Eu não.

Oi galeris, eu também não to preparado, alguns de vocês perguntaram sobre roubar a minha molier, é claro que não né ! (vitor)

ISABEL POV'

Se eu achei que ia dormir essa noite, estava muito enganada, um turbilhão de emoções frustrantes e ansiosas passavam por minha mente quando eu tentava fechar os olhos e ter uma noite de descanso.

Eu só queria abrir a porta do quarto e tirar as palavras que Benjamin estava guardando para mim a noite inteira.

São muitas coisas para pensar e refletir.

Batidas na porta do meu quarto soaram e eu levantei em desespero com o pensamento de que era Benjamin.

Abri a porta e me deparei com uma nova faxineira contratada no período que Maria está fora, ela segura Snow em seus braços e eu sorrio.

Minha felicidade é genuína em ver o meu bichinho em suas mãos, o pego e agradeço a senhora de cabelos grisalhos e com um sorriso radiante ela pede licença.

— Eu senti tanto a sua falta.
Falo e despejo vários beijos no pelo branco e macio do meu gatinho.

Outras batidas soam na porta e quando eu penso ser a faxineira, Benjamin a abre. Ele não está de pijama. Não.

Ele está vestido com a roupa do "trabalho", um terno e uma calça social.

Ele carrega uma caixa enorme consigo, escrita "Isabel". Franzo o cenho e ele sorri, adentrando o quarto.

Ele deixa a caixa em cima da cama e me encara nos olhos.

— Eu espero mesmo que me perdoe por tudo — Ele pega a minha mão e planta um beijo ali antes de prosseguir — Fiz tudo pelo seu bem.

É assim planta mais um beijo antes de sair do quarto, eu tento chamar por ele, mas ele continua se distanciando cada vez mais e eu fecho a porta do quarto.

Olho para a caixa e chego até a hesitar antes de abrir, fico uns 5 minutos apenas roendo as unhas e gemendo de dor quando começa a arder por eu ter arrancado uma pele.

O gosto do sangue em minha boca já nem é mais amargo, já que meu foco está sendo na caixa a minha frente.

Todas as respostas estão lá dentro Isabel, abra e pare de ser covarde.

E assim o faço, vou em direção a caixa e a abro, tem cartas, muitas delas, muitas mesmo.

Ursos de pelúcia, caixas com produtos caros, caixas de veludo provavelmente com joias. E a nossa aliança. Deus. As duas estão aqui.

Pego a primeira carta, uma aleatória.

O título me fez rir, mas ao mesmo tempo criou uma ardência em meus olhos.

".             Álcool.

Isabel. Existem vários tipos de bebidas alcoólicas, mas a minha preferida sempre foi a vodka, como você sabe. O problema é que ontem a noite eu não me importei muito com preferências e acabei bebendo o que tinha em minha frente,  fiz um escândalo no meio do bar, tudo porque estou carente, carente por você. Ontem fez uma semana que você foi embora, uma semana que eu tive que falar aquelas palavras cruéis e ríspidas pra você. Eu peço perdão por isso mesmo que talvez você não aceite, eu nem mereço na verdade. Bom. Fiquei tão bêbado que cogitei te ligar. E acredite, liguei para o seu número 46 vezes, mas obviamente você não atendeu já que trocou de celular e o número pelo qual disquei era o antigo. Não me lembro muito bem, mas pelo que Maria me contou eu liguei para ela, que veio me buscar como se eu fosse a porra de um adolescente que bebeu pela primeira vez, deu PT e recorreu a mãe. Só penso em você, todo dia, toda hora, todo minuto e todo maldito segundo. Sei que é besta escrever essas cartas já que nunca vou entregá-las para você. Só saiba que eu te amo Isabel, eu te amo, sou completamente obcecado por você, Deusa.