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Eu não vesti minha melhor roupa, nem assisti um vídeo no YouTube para arrumar o meu cabelo, muito menos peguei emprestado um par de brincos da Manon para aquela italiana desequilibrada acabar com tudo.

Tudo estava indo perfeitamente bem, até Sebastian nos deixar sozinhos na sala de reuniões com ela e sua presença incomodar a professora e chamar atenção dos homens no grupo.

A professora Grayson decidiu que seria melhor esperarmos Sebastian no andar de baixo onde estavam as maquetes de todos os projetos da família Fesk e réplicas de Fesk King e do hospital Kadsher.

Contudo, eu fiquei para trás porque a loira disse a professora que precisava falar comigo a respeito de uma projeto com o meu pai. Eu deveria ter tido mais discernimento e não confiado nela.

Se me lembrava, era se chamava Loretti.

Assim que deixaram a sala, ela encostou a porta sinalizando para que eu me senta-se.

— Eu a subestimei. — declarou, repentinamente.

Amassou a bolsa na mesa ao espalmar de maneira dramatica as mãos.

— Não entendi. Me substimou?

— São coisas que outras pessoas não conseguem identificar ou perceber, pois estão distraídos demais em apenas estar na presença de um homem como Sebastian... Mas eu não, eu vi tudo. Quando ele passou por você e a ponta de seus dedos se tocaram de maneira tão casual! E também como ele a olhava com reconhecimento, o olhar dividido entre um casal! — Meu coração esqueceu suas funções. — Já vou logo te avisando bambina, você é só o passa tempo dele. Sebastian precisa de uma mulher como eu, e de uma família como a minha.

Se um dia aprendi a falar, não me lembrava.

— Foi você... Os bilhetes de insultos, foram todos você! — declarei, os pensamentos tentando juntar as peças e identificar Loretti em cada bilhete suspeito.

— Bilhetes? Oh, meu bem, eu não preciso de bilhetes para brincar com uma ratinha igual a você. — Pensativa bateu o dedo indicador nos lábios. — Se bem, que eu deva parabenizar quem também sabe o seu segredinho.

A raiva queimava dentro de mim. Seus olhos brilharam ao acompanhar meus ombros encolhendo e minha respiração acelerando. Foi ela. Só podia ter sido ela, todo aquele tempo.

— É de gente como eu que gente como você precisa para crescer! — continuou, as unhas batendo na madeira. — Eu não tenho ideia de como conseguiu fazê-lo ceder, mas eu preciso avisar que ele é meu e você está tocando no homem de outra!

A cadeira arrastou para trás com o impulso do meu corpo quando fiquei de pé.

— Seu homem? — Ela era bem ousada.

— Exatamente. Devemos anunciar o noivado e a data do casamento assim que meu pai encontrar com os avós dele. Desde que Sebastian terminou a faculdade, meus pais e os dele vêm conversando em como unir nossas famílias agradaria as duas partes. — Nem a surra que levei do meu pai por brigar na escola, ou a vassourada que a Manon me deu quando éramos crianças e fui parar no hospital com um galo na testa, doeu igual o golpe invisível que senti no meu estômago.

Geralmente eu me controlava quando era insultada ou humilhada, no entanto senti os anos de injustiça somados a audácia dela em tentar me intimidar usando seu status social, explodirem numa resposta a altura.

— É sufocando, não é? Desejar algo inalcançavel, embora possa o ter nas suas mãos com um pouquinho de esforço, isso insiste em escapar. Você é mais velha do que eu e ainda não aprendeu a deixar certas coisas irem e aceitar a perda? — retruquei, na verdade a provocando.

O coração do CEO que esperei - Duologia Ceos Apaixonados 2Onde histórias criam vida. Descubra agora