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Do aeroporto até a primeira parada e então minha chegada em Verona, foi uma vergonha atrás da outra.

As lágrimas da minha mãe demoraram a secar no meu ombro. Mas o auge foi o cílios postiço da Manon grudado no meu pescoço e o dinheiro que Adam enfiou no meu bolso e acabou caindo dentro da privada no banheiro do avião.

No primeiro vôo eu tive uma pequena crise de enjoos e mesmo não tendo bebido muito líquido, parecia que minha bexiga estava estourando. Minhas pernas tremiam tanto que a aeromoça me deu um mini cobertor supondo que eu estava com frio.

Antes de embarcar no segundo voo este direto para Verona quase perdi meu celular no banheiro depois de ter conversando pela primeira vez por meio de uma ligação internacional com meus pais. Acreditando ser o limite do azar no último voo, descobri que as coisas podiam ficar piores quando o assistente do hotel que iria me buscar no aeroporto escreveu na placa de identificação Ellen.

Meia hora depois descobri que a Ellen que ele estava desesperadamente procurando e até pediu ajuda para os seguranças, era eu. No caminho para o hotel ele falou sobre a paisagem, as construções e fiquei feliz ao não mencionar meus olhos.

Contudo, o cume do meu azar foi enquanto eu conversava com a recepcionista esperando receber a chave do quarto. Uma comoção começou na entrada do hotel como se a realeza estivesse entrando no hall.

Surgiram câmeras de todos os lados e muitas pessoas. Curiosa me distrai com o aglomerado e logo me arrependi ao encontrar o olhos de quem eu estava tentando fugir. Derrubei a chave no chão e foi questão de eu me abaixar e levantar a cabeça para Sebastian estar diante de mim. Meus músculos ficaram rígidos.

Eu me esqueci completamente da breve troca de palavras que tivemos antes de um loira ousada se aproximar para devorá-lo com os olhos, enquanto aproveitei de sua distração para fugir dele. Meu corpo estremeceu ao sentir que ele me encontrou, por isso acelerei os passos e segui o jovem que carregava minhas malas.

Dentro do elevador segurei o ar por alguns segundos antes de explodir:

— Droga!

O rapaz se encolheu constrangido.

Perdona-me... Eu... Eu não estava xingando você.

Meu italiano se resumia a duas palavras que aprendi em uma novela "Ciao" e "perdona-me". E a novela nem era italiana muito menos se passava na Itália, era mexicana.

— A senhorita parece conhecer o sr. Fesk. — comentou em um inglês com sotaque europeu.

— Sim.

Infelizmente, sim! Para o meu azar, é claro. Tentei fugir dele, mas ele me pegou! O amor podia ser um imã ou uma pedra amarrada no pé. As portas se abriram e um grupo de 4 mulheres italianas muito mais altas e magras do que eu entrou no elevador, elas falavam com empolgação me deixando inquieta.

Uma citou o nome de Sebastian no meio das palavras desconhecidas que saiam de sua boca tão rápido quanto o bater de asas de uma mosca. Incomodada cruzei os braços fingindo ignorância ao olhar que dirigiram a mim.

— São as novas modelos de uma revista famosa em Milano. Elas ainda não falam muito bem o seu idioma.

— Elas conhecem o Sebastian? Do que estão falando?

Ele ficou da cor de seu uniforme — rubro. Nem sua testa escapou de corar.

— Prefiro não traduzir.

O incômodo e a inquietude só cresceram criando uma bola na minha garganta e causando uma pequena irritação no meu coração.

— Entendi. — resmunguei.

O coração do CEO que esperei - Duologia Ceos Apaixonados 2Onde histórias criam vida. Descubra agora