Capitulo 040🤍

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Bárbara

Esperei, meu coração batendo forte no peito. Seu calor atrás de mim fez meu estômago revirar de ansiedade. A camisa dele roçou nos meus ombros nus. Victor se aglomerou atrás de mim e meu olhar se voltou para Lucien.

Ele parecia irritado quando Victor apareceu entre nós. Lucien e eu passamos o dia inteiro juntos. Ele me levou para passear, enquanto Victor nos perseguia à distância. Lucien não sabia, mas eu o vi, nos seguindo em todos os lugares que íamos.

Lucien planejava me levar para jantar mais tarde na torre Eiffel. Ele disse que era romântico e bonito lá em cima. Eu sabia pelo olhar em seus olhos que ele estava esperando algo hoje à noite.

Lucien esperava que transássemos.

Victor me desafiou... então aconteceria. Esta noite. Eu tentei me afastar do meu melhor amigo, mas então os fogos de artifícios estouraram no escuro céu de Paris e isso chamou minha atenção. As pessoas aplaudiram no telhado do hotel onde estávamos.

Alguém tinha acabado de se casar; eles estavam comemorando. A Cidade do Amor, de fato.

Por causa do barulho dos fogos de artifício, bem como das músicas e risadas que nos cercavam, Victor achou que seu segredo estava seguro; ele pensou que o barulho estava alto o suficiente para que eu não pudesse ouvir as palavras que ele sussurrou no meu ouvido. Mas eu ouvi.

— Se existe um Deus, Ele não quer que eu seja feliz. Talvez seja minha culpa porque eu a empurrei para os braços de outro homem. Mas Ele não me deixaria tê-la, mesmo que eu tivesse implorado para Ele me deixar amar você livremente. Não me lembro da última vez que lhe pedi algo. Eu acho... eu não deveria ter o que quero. Meus pais. Uma família. Você. Você.
Você. — Victor sussurrou no meu ouvido, sua voz baixa.

Outro conjunto de fogos de artifício saiu, alto e estrondoso no céu. Seus lábios acariciaram meu pescoço, quente e macio contra a minha pele.

— Você toda.

Ele parecia tão quebrado, tão torturado. Se apenas... Victor e eu...

Nós éramos mais que amigos, mas menos que amantes. Esse era o nosso relacionamento; não havia definição real.
Estávamos em algum lugar no meio, emaranhados sobre algo que poderia nos quebrar para sempre.

Eu me virei e seu rosto exibia uma expressão de um animal ferido: um guerreiro sangrando, um garoto quebrado.

— Babi. — Ele começou, sua voz um barítono, mas Lucien avançou. Ele passou um braço em volta da minha cintura, me puxando para ele.

Os olhos de Victor ficaram nublados e ele recuou, sem terminar a frase e o que estava prestes a dizer. Os lábios de Lucien acariciaram minha têmpora e Victor se afastou, desaparecendo na multidão.

Talvez isso fosse tudo o que éramos ou poderíamos ser: uma frase incompleta e uma história sem fim. Mas sua confissão secreta mudou tudo.

Victor  me queria.

Deus, como pudemos ser estúpidos?

— Então, nos encontraremos em uma hora? — Lucian disse, rompendo meus pensamentos.

— Isso é tempo suficiente para você se vestir?

Eu assenti, silenciosamente, e enviei a ele um sorriso hesitante antes de me afastar.

Entrei no meu quarto, peguei algumas coisas e depois fui até a sala adjacente. Sua porta não estava trancada e entrei para encontrar Victor sentado em uma poltrona, olhando pela janela, para a noite escura.

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