A Vila dos Pescadores - Capitulo 01

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A história começa com Ângelo, um menino doce. Sempre sua mãe o leva pro rio das lavadeiras para lavarem roupa. Entrando no quarto, sua mãe o acorda.

- Meu filho, bom dia. Você vai me ajudar hoje a lavar roupa no rio?- pergunta Jandira pro doce menino.

- Bom dia mainha, será que faz bem eu ir? Esse povo já é bem preconceituoso comigo sem motivo, imagina se me pegam lavando roupa no rio?- Ângelo responde cabisbaixo.

- Meu amor, você é MEU filho. Se você for gay ou não, é problema seu, eles não tem que falar nada. Eu até tive uma conversa com seu pai depois do que você me contou, ele me disse que vai conversar com você depois.- Jandira responde o menino- agora vamos pro rio?

- Tá bom mãe. Por isso que eu te amo- diz sorridente.

A mãe e o filho vão pro rio, chegando lá, uma das lavadeiras pergunta.

- Oh Jandira, vem cá minha amiga.

- Oi, o que foi?- pergunta Jandira desconfiada

- Será que não pega mal você trazendo esse seu menino pra lavar roupa no rio com a gente?- pergunta.

- O que pega mal é vocês com esse preconceito. E digo mais, Ângelo é tão homem quanto os outros, pega mal é o filho de vocês que só vive coçando e cheirando dentro de casa sem fazer nada. E não venho mais pra esse lado do Rio, agora eu vou pro outro com meu filho. Passar bem!

A mãe do menino  rebate e sai com raiva.

- O que foi mainha? A senhora está com raiva.

Ângelo pergunta preocupado

- Nada não Ângelo, vamos!

- A senhora nunca me chamou de Ângelo. Aconteceu algo, as lavadeiras disseram algo pra senhora sobre mim né?

O menino pergunta a mãe.

- Não Anjinho, mas a partir de hoje vamos lavar roupa do outro lado do rio. Bem melhor e seremos mais felizes hahaha

Jandira ri e fica feliz com o filho.

Na vila dos pescadores...

- Dona Creusa, me vê 2kg de açúcar por favor?- Ângelo vai comprar

- Mas é claro Anjinho, toma aqui. Diga a sua mãe que ela teve o filho mais lindo e educado do mundo viu? E não deixe que ninguém te diga o contrário- responde a moça.

- Obrigado dona Creusa, passar bem!

Anjinho passeia na vila antes de voltar pra casa, recebendo o carinho de todos da vila, exceto Belchior, dono da fazenda

-Ângelo, como vai?

O fazendeiro pergunta.

- Vou bem, Seu Belchior! E o senhor?

- Vou ótimo. Mas eu quero ter uma conversa com você, entre por favor!

O rapaz convida Anjinho para sua casa. Ângelo desconfiado pergunta.

- Pois não, senhor?

- Bom, como você sabe eu tenho um filho de 20 anos, da sua idade, e ele mora no Rio de Janeiro, né? Enfim, ele está vindo pra cá morar comigo e como todos sabem, você é frozô.

O homem insinua ao menino que rebate a fala preconceituosa.

- Me respeite, senhor Belchior. Eu nunca lhe faltei com respeito. Eu não sou frozô. O que o senhor está querendo me dizer?

- Lá no Rio de Janeiro é muito comum ter criaturas como você, e meu filho já conviveu. Ou seja, não se insinue pro lado dele. Eu sei que ele é simpático e pode despertar algo em você, mas, ele está vindo morar aqui pra eu botar ele no eixo.  

Afirma o fazendeiro. Ângelo irritado com a situação o responde.

- Em primeiro lugar, tenho pena do seu filho em ter que morar com um homem homofóbico, o que é crime. Em segundo lugar, pode ficar tranquilo que quando seu filho chegar, eu faço questão de passar pelo outro lado da vila pra não ter que vê-lo!

Após a fala, Ângelo sai da casa com lágrimas nos olhos e o homem fica o encarando através da janela.

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