Cap 07

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A convivência de Belchior e Ângelo morando sob o mesmo teto não é de lá as melhores coisas. Durante esse 1 ano, com brigas e desavenças, parece que o vilão deu uma acalmada em relação ao relacionamento do filho com outro homem.

Durante a manhã, sentados na mesa, Belchior puxa assunto com o filho e o genro.

- Iai, vocês vão casar e morar sozinhos quando?

Ângelo respira fundo percebendo a ironia do sogro e João o responde.

- Ah, pai. O senhor sabe que não é assim, né? Tem muita coisa pela frente. O Ângelo tem a mãe dele, e aqui na vila não tem casa pra alugar ou comprar, temos que fazer com madeira. Fica puxado pra gente! Preferimos morar em outra cidade, mas por agora não.

Belchior rebate a fala do filho.

- É, se bem que fica difícil mesmo. Ainda bem que a minha casa é grande. Aliás, por que você não chama Dona Jandira para vir morar aqui também, Ângelo? Ela iria adorar.

Ângelo engole seco a bolacha que estava comendo e responde o sogro.

- Minha mãe tá muito bem morando na casa dela que o meu pai deixou antes de falecer há 7 meses. Tem também a Maria da Luz. Ela não iria querer sair do conforto para vir morar aqui. Mas agradeço o convite por ela.

Belchior percebendo que Ângelo está se irritando, tenta conter a situação para não mostrar a verdadeira face dele.

- Calma, Ângelo! Você é meu genro e mora comigo. Por isso convidei sua mãe. Eu sei o quão ruim é perder alguém. Eu por exemplo perdi a mãe do João.

- Ela está viva. - João ressalta.

- Eu sei, meu filho! Mas não está comigo.

João e Ângelo se levantam da mesa e vão para o quarto, chegando lá o casal tem uma discussão.

- Você poderia pegar leve com o meu pai né? Ele mudou, aceita a gente e quer se redimir.
- João, não começa. Você sabe muito bem de tudo que seu pai me fez. A minha história com ele começa bem antes da minha história com você. Seu pai é ruim. Me desculpa, amor, mas é a realidade.

João fica de cara feia e Ângelo o abraça pedindo desculpas. Enquanto isso, Belchior vai para o quarto e começa a conversar consigo mesmo no espelho mais uma vez.

- Esse anjo! Eu não aguento mais. Não aguento mais esconder esse desejo. Ele me paga! Ele me paga por fazer eu ter esses desejos. Eu deveria ter acabado com ele.

Durante esse 1 ano morando juntos, Ângelo e João Lucas nunca tiveram relações sexuais devido o medo de Ângelo. O menino tem medo do ato e ainda é virgem. João desde o início sempre entendeu.

A tarde chega, João vai até a cidade a mando do pai. Todos os funcionários estão trabalhando muito ocupados. Ângelo no quarto se arrumando para ir visitar a mãe, recebe uma visita.

- Posso entrar?

Belchior pergunta ao menino, mas ele já estava olhando na fresta da porta há muito tempo.

- Pode sim. O que o senhor quer?

Ângelo pergunta desconfiado.

- Sabe, Ângelo? Eu sempre tive essa curiosidade  de perguntar. Vocês já fizeram sexo?

Belchior faz a pergunta, Ângelo sem acreditar naquilo rebate.

- Não. E não iremos fazer até eu perder o meu medo. Eu sou virgem e tenho medo. O João sempre entendeu.

Belchior revela a Ângelo.

- Sério? Como não kkk. Meu filho é um guerreiro. Enfim, continuando. Quando eu disse que gostei de você se relacionar com meu filho, eu menti, mas não 100 por cento. Eu gostei de você ter vindo morar aqui. Assim, eu posso te ver todos os dias e conviver com você.
Belchior fala se aproximando de Ângelo e o menino se afastando do homem.

- O que o senhor quer dizer com isso?

O olhar do homem automaticamente muda e fica um olhar sombrio.

- Eu sempre te desejei. Essa sua fama de puro me encanta. Delicado, carinhoso, frágil, sensível. Esse meu ódio por você é desejo.

Ângelo logo percebe a intenção do sogro e tenta fugir. Belchior é mais rápido e tranca a porta do quarto, se prendendo com o menino. Ângelo grita por socorro.

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