Capítulo IV: Biscoitos de Chocolate

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— João, você por aqui? — Ana perguntou impressionada com a volta do rapaz.

— Quem diria, hein? Achei que você iria abandonar a gente — Willian completou enquanto tomava um gole de café.

— Me desculpem, eu tinha passado bem mal por causa daquela bebedeira e não consegui vir.

— Então já sabemos quem é o culpado disso, não é mesmo, Ana? — Willian a encarou.

— E-ei, não venha pôr a culpa em mim! Enfim, João, a Sarah nos avisou de que você não viria para cá hoje, o que te fez mudar de ideia?

— Nada de mais, eu decidi sair de casa para tomar um ar e, quando percebi, já estava aqui.

— Pelo jeito você ama mesmo esse trabalho, e olha que nem começamos.

— Sim, haha!

Ana percebeu a sacola na mão de João e perguntou curiosa:

— O que tem dentro dessa sacola aí? Não me diga que é para gente!

— Tenha respeito, Ana, nem sabemos o que pode ter ou se é nosso!

— Não tem problema, eu trouxe para vocês mesmo! — O jovem tirou uma caixa de biscoitos da sacola. — Acabei comprando no caminho para...

— BISCOITOS DE CHOCOLATE!!!!!! — Ana pegou rapidamente a caixa da mão de João que ficou assustado. Sem esperar, ela abriu e pegou um biscoito de dentro, comendo logo depois.

— Meu deus, você não tem jeito mesmo...

— Cala a boca, ele disse que era para nós! — Ana falou em meio as mastigações, cuspindo alguns farelos no homem de óculos que ficava se limpando.

— A Ana é bem enérgica, haha! Aqui está a sua caixa, Willian.

— Obrigado, mas eu não gosto muito de doces.

— Willian?! — Ana perguntou lentamente enquanto se virava encarando o homem que logo deu um suspiro.

— Ok, pode ficar com a minha caixa.

— Eba! Eu te amo, Willian! – A loira pulou nele o abraçando fortemente, deixando o homem um pouco constrangido.

— Bem, vou entregar o resto das caixas para os outros, até!

— Na verdade, nenhum deles está aqui. — Willian respondeu.

— O quê?

— O Caio e o Gabriel foram resolver algumas questões administrativas, enquanto a Sarah foi buscar o resto dos equipamentos que ela deixou na... Onde que era mesmo?

— Era "Áudio" alguma coisa... você conhece, João?

— Ah, é a Áudiouro, né? Conheço esse lugar.

— Sim, esse. Parando para pensar agora, esse nome é um pouco estranho...

— Willian! — Ana deu um leve soco no ombro do homem. — Tenha respeito no ambiente de trabalho.

— Ei o que eu disse de errado?! Aliás, o Caio não está aqui, não preciso de sermões!

— Ora, e você acha que eu não tenho poder para te dar ordens?

— Tenho certeza que não, ha!

— Seu maldito!

Enquanto Ana e Willian discutiam, João decidiu deixar a emissora. Colocou a sacola no balcão e saiu de lá a caminho da Áudiouro.

Andou por alguns minutos até que, no meio do caminho, percebeu duas pernas pálidas e finas caminhando em sua direção, e junto com elas, um amontoado de caixa em cima de dois braços.

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