O amor já se sabe de cor

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"E pra ilustrar a história

Faço um desenho de giz

De uma menina sorrindo no ar

Sobrevoando Paris"

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Havia sido um longo dia aquele 8 de dezembro. Gleisi acordou Lindbergh com beijos, desejos de feliz aniversário e declarações de amor, com tempo para que os dois se amassem, se tivessem e se entregassem antes de saírem para a consulta médica de acompanhamento da gestação da estrelinha. Passada a fase mais crítica da gravidez e os exames investigativos da saúde e da viabilidade do feto, bem como os da gestante, estavam os dois mais leves, mais à vontade, curtindo aqueles momentos em que podiam ver e registrar os progressos do que se passava no útero, as novidades do desenvolvimento, do crescimento do bebê.

A visita daquela manhã à doutora Madalena foi a primeira que sentiram como sendo de rotina, sem apreensões, angústias, ou grandes expectativas. Gleisi estava bem. Estela estava bem. E, de presente de aniversário, a obstetra emprestou um estetoscópio para Lindbergh escutar o pequeno coração de sua filha batendo. Nenhum título do Vasco, nenhum campeonato de sua escola de samba, nenhuma vitória eleitoral poderia se comparar àquela emoção, às tantas sensações que o invadiam ao ouvir aquele som que reorganizava a própria existência dele.

Saíram do consultório médico direto para o aeroporto. Em pouco mais de meia hora, estavam recebendo Luiz, Beatriz e Marina, que já correram no desembarque quando avistaram o pai, abraçando o deputado, festejando Farias com toda a alegria que partilhavam. Com muito mais cuidado, abraçaram Gleisi e se encantaram com a barriga dela, já bem visível, redondinha, carregando a irmã dos três. Em casa, a festa de Marie e Bea ao se encontrarem fez todos sorrirem, as duas se adoravam de uma forma que era apenas diferente em relação a todos os outros humanos que conviviam com a gatinha.

Os recém-chegados nem quiseram guardar suas coisas, pedindo logo para conhecerem o quarto da neném. Mari se apaixonou pela cadeira com orelhinhas de gato e pediu ao pai uma para si mesma, o que Lindbergh prometeu que conversaria com a mãe dela. Assim que Beatriz a colocou no chão, Marie foi direto para o berço, fazendo os meninos rirem. A mascote miava, como se fosse ela apresentando aquele espaço para o trio.

- Ficou tudo lindo, Gleisi! A combinação das cores, os detalhes, lindo! – Luiz estava sentado na cadeira de gato com Mari enquanto Bea tinha se deitado no tapete fofinho do chão.

- Eu adorei tudo, tia Gleisi! – Beatriz sorria, ainda no tapete.

- O que eu mais gostei foi a parede de estrelinhas com o berço e as luminárias de nuvens! – Marina apontou para os detalhes – E a cadeira de gatinho!

- E como você está, Gleisi? Eu sempre fico de olho nas redes de vocês, tem umas pessoas bem sem noção, nossa... – Luiz comentou.

- A gente tá bem, a estrelinha e eu – Lindbergh a abraçou por trás, deixando um beijo no ombro de sua mulher, envolvendo a barriga dela com os braços, o que a fez suspirar – Sobre os comentários, eu tento não ver, as pessoas das nossas equipes de mídia tentam ao máximo filtrar, mas uma ou outra coisa chega, acaba passando. É triste sim, tem coisas que eu leio e dói, machuca... mas não me permito pensar muito nisso, tem tanta coisa bonita também, tanta gente nos desejando o bem... é no que eu me concentro – sorriu para o jovem.

- Luiz, os presentes! – Bea alertou, sentando-se no tapete.

- Eita, vou lá buscar, já venho! – deixou Marina na cadeira e foi em direção à bagagem que tinham trazido.

A valsa da estrelinha por virOnde histórias criam vida. Descubra agora