Uma estrelinha a nascer

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"Linda, bem-vinda

O mundo já está tão melhor

Nesse dia, sorria

Que o amor já se sabe de cor"

⭐✨⭐✨⭐✨⭐✨⭐✨⭐✨⭐


A vida girava numa curva intangível onde se viam estrelas, cometas e escuridões, uma canção infinita de amor, este que nos corre na alma, como o antídoto que nos cura de nós mesmos. Entre as muitas vezes que precisou acordar ao longo da noite e as pequenas caminhadas pelo quarto acompanhadas por Lindbergh para aliviar as contrações de treinamento, passava já das 4h quando Gleisi finalmente conseguiu encontrar uma posição mais confortável com Estela e dormiu sem ter o sono interrompido.

Sonhava com estrelas nas quais se multiplicava a noite ao mesmo tempo em que uma brisa a levava até o mar, permitindo que ela desenhasse na areia da praia o nome de sua filha com contornos de inocência. A ansiedade da espera ocupava seu colo, desejoso por embalar sua menina, sussurrando ao vento os versos bordados de girassóis das canções que já dedicava à pequena. Abriu os olhos devagar, com uma sensação quentinha no peito, esticou o corpo como podia e respirou lentamente, preparando-se para os compromissos daquele dia.

Estranhou a ausência de Lindbergh na cama, mas se lembrou de que talvez ele estivesse dando a mamadeira de Estrelinha. Quando pegou seu celular, assustou-se e tentou se apressar. Já eram quase 9h, a consulta que tinha com a doutora Madalena estava marcada para às 7h30. Tinham perdido o alarme do despertador. Saía do banheiro quando Lind entrou no quarto com uma bandeja de café da manhã com direito a flores e pão quentinho. Ele sorria, ela o olhava sem entender.

- O que...

- Bom dia, meus amores! – o deputado deixou a bandeja na mesinha de café que ficava ao lado da poltrona no quarto dos dois.

- Lind, a gente tá muito atrasado!

- Não estamos – ele a abraçou sorrindo, beijando a testa dela.

- Mas...

- A doutora Madalena mandou mensagem de madrugada ainda, eu fui dar o leite da Estrelinha e vi. Ela avisou que não ia poder atender a gente agora pela manhã porque uma das outras pacientes dela entrou em trabalho de parto, a secretária remarcou nossa consulta pra tarde, já confirmei. Por isso, eu desativei o alarme do despertador, pra você dormir tranquila.

Gleisi olhava Lindbergh assimilando a explicação e o fato de que tinha conseguido dormir por mais de 4 horas seguidas. Ela fechou os olhos por um momento, feliz com aquele cuidado.

- Que horas você tem que estar no aeroporto? – suspirou com aqueles dedos que dançavam fazendo carinho na cintura dela.

- Ainda dá tempo de tomar um café com vocês, o voo é só 11h30, já fiz o check-in, tá tudo certo. O João já tá aqui, trabalhando no escritório – seguiu com Gleisi até a cama e a ajudou a se sentar contra os travesseiros para então levar a mesinha e depois a bandeja.

- Ele que vai comigo na consulta hoje? – a deputada sorriu e pegou a cumbuca de frutas que Lindbergh tinha levado pra ela enquanto ele se contentava com uma caneca de café.

- A gente não contava com essa mudança de agenda, né? Então sim, ele que vai com você. A dona Patrícia encontra vocês lá – Farias percebeu o riso baixinho dela – Que foi?

- A Madá, literalmente, viu esse menino nascer, Lind... agora ele que vai na consulta comigo... – ela respondeu ainda rindo.

- E o que é que tem?

A valsa da estrelinha por virOnde histórias criam vida. Descubra agora