Capítulo 5.

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— Estão todos mortos — Hermione ouviu o High Reeve dizer após um longo silêncio.

Eles estavam na sala de estar da Mansão Malfoy - aquela mesma sala de estar que Hermione achava que nunca esqueceria, mas que agora estava tão diferente que ela não a reconhecia, então ela a tratava como qualquer outro cômodo - andava curiosa, olhava os quadros, admirava a arquitetura e tentava não demonstrar seu nervosismo enquanto o High Reeve lia o que ela passara o dia inteiro escrevendo. Ele estava sentado na elegante poltrona de veludo em frente à lareira, onde o fogo estava apenas fumegando. Ele leu cuidadosamente, com as sobrancelhas unidas em foco. Ele terminou de ler o papel dez minutos depois e Hermione estremeceu quando ele finalmente falou.

— Nem todos eles — interrompeu ela, olhando por cima do ombro dele para a lista que ela havia escrito. Havia muitos nomes nela, e ela tentou de todo o coração anotar cada um que conseguiu reter. — Muitos dos membros, infelizmente, morreram nos últimos anos, mas um grande número deles ainda reside em Hogwarts.

O suspiro que ele soltou soou mais como um assobio e Hermione percebeu que ele estava irritado. Ela se sentou na segunda poltrona ao lado dele, querendo inspecionar de perto cada uma de suas expressões. Ele olhou para ela, a mesma não expressão rapidamente encobrindo a irritação.

— Como uma sabe-tudo insuportável, você deve estar ciente de que não há nada para você continuar protegendo-os, Granger — disse ele, examinando-a com seus olhos tempestuosos. — Afinal de contas, foram eles que a entregaram a mim como se você fosse um cordeiro levado ao matadouro sem nem mesmo saber quais são minhas verdadeiras intenções.

As palavras dele atingiram uma ferida profunda e ainda sangrando que ela guardava no coração desde pequena - de ser uma excluída de todos os outros, de nunca ser a primeira escolha de ninguém, de confortar os outros depois de ver seus amigos morrerem sem nunca ser confortada por eles, de proteger e cuidar de todos na Ordem sem nunca receber o mesmo tratamento, de sacrificar sua família, sua própria vida para acabar com essa guerra e não ter nenhuma das pessoas mais próximas para vê-la sair...

Ela poderia ter perguntado: "E quais são suas verdadeiras intenções?" Ou poderia ter dito: "Eu me sinto traída", mas, em vez disso, ela se sentou mais ereta e olhou diretamente nos olhos dele. — Eu sou um dos membros da Ordem e a protegerei mesmo que seja a última coisa que eu faça. Mas agora não é o momento. Toda a Ordem da Fênix está nessa lista. Não tenho motivos para mentir para você sobre isso.

Ele suspirou mais uma vez e jogou o papel no fogo que era tão pequeno apenas um momento atrás, mas que agora consumia furiosamente a lista. — Não se ganha uma guerra com números como esses — afirmou.

Hermione flexionou os dedos em seu colo. — Sim — ela falou depois de um momento. — Estou ciente de como... nossa situação se complicou desde a Batalha...

— Complicou? A situação está completamente fodida, Granger. Estou surpreso que Voldemort ainda não tenha massacrado todos vocês lá — disse o High Reeve, e ela estremeceu ao ouvir esse nome - ele o disse sem pausas, como se fosse um nome como qualquer outro. É assim que devem ser as vantagens de ser o braço direito de Voldemort.

— Bem, nós estamos nos mantendo seguros...

— Fazendo uma tonelada de merda de nada, pelo que percebi —ele rosnou. — Nem uma única vitória, nem uma única batalha vencida durante todos esses anos. E o que Potter tem feito ultimamente? Embora eu suponha que isso não importe, já que Voldemort tem vivido sua vida como se o Escolhido não existisse mais.

— O mais importante é que Harry esteja são e salvo — disse Hermione, franzindo a testa. — Ele também não gosta disso, mas, sem ele, tudo está perdido. Se ele morrer, não haverá mais esperança de ganharmos nada... — continuou ela, sentindo sua pele ficar vermelha de raiva.

Dragon's Heartstrings | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora