Capítulo 2.

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Hermione sabia uma ou duas coisas sobre o High Reeve, e nenhuma delas era boa. Ela ouviu dizer que ele era o Comensal da Morte de maior confiança de Voldemort, que era implacável e impiedoso, pronto para matar todos e qualquer um que se atrevesse a ficar em seu caminho. Ela soube que ele não tinha moral, que prosperava em meio a essa guerra, onde monstros como ele podiam mostrar suas verdadeiras faces sem nenhuma retribuição, e que todos, até mesmo os próprios Comensais da Morte, o temiam tremendamente.

A diferença entre o garoto orgulhoso e mimado de sangue puro que ele costumava ser e o criminoso de guerra de sangue frio e maníaco genocida que ele era agora era gritante e horrível, e Hermione não tinha certeza de quando exatamente um se tornou o outro - ela sabia que começou algum tempo depois da Batalha de Hogwarts, algum tempo depois que os pais dele foram mortos (ninguém sabia ao certo como) e, quanto mais o tempo passava, mais crimes pareciam ser cometidos não pelo próprio Voldemort, mas por seu braço direito, o High Reeve.

Ele quer tê-la como esposa.

Hermione não tinha certeza do que isso poderia significar para ela. Por que uma pessoa como essa a queria como esposa? Certamente, o motivo não pode ser nada bom ou racional. Ele deve querê-la apenas para humilhá-la, insultá-la, talvez até mesmo machucá-la fisicamente - tudo isso porque ele poderia e teria o direito quando ela se tornasse sua esposa. Ele provavelmente também desejava usá-la como sua escrava pessoal - em mais de um sentido. Por que outra razão ele pediria algo tão absurdo?

Hermione segurou a caneca de chá quente em seus braços enquanto estava sentada no escritório de Snape e tentava entender as notícias. Snape estava em pé ao lado da escrivaninha e Moody estava sentado à sua frente, ambos esperando o que ela tinha a dizer. Ela estava tão chocada que não falou até que estivessem nas masmorras.

— Eu não sabia que ele estava do nosso lado — disse ela em voz baixa depois de quase uma hora de silêncio.

Snape e Moody trocaram um olhar. — Não é bem assim —, respondeu Snape ao mesmo tempo em que Moody disse: — É complicado.

— Ele está do nosso lado — explicou Snape. — Mas quer ter certeza de que não lhe daremos as costas caso vençamos. E ele é difícil de controlar. Ele estava pronto para nos entregar, por isso estamos tentando negociar há semanas.

Hermione olhou para eles, tentando entender. — E foi isso que vocês negociaram? Me entregar?

— É isso que ele quer. E não estamos entregando você, Granger. É mais complicado do que isso — interveio Moody.

— Por que ele me quer, afinal? Certamente não é porque ele realmente deseja se casar comigo, deve haver algo mais. Seu preconceito de sangue puro nunca o deixaria se casar com uma sangue-r...

— Pelo que percebi, ele está disposto a usar você como vantagem para manter a Ordem intacta — disse Snape e, quando viu Hermione franzir a testa, acrescentou: — Kingsley Shacklebolt prometeu absolvê-lo de todos os crimes se vencermos a guerra. Mas ele não confia que Shacklebolt cumpra sua palavra, por isso quer ter algo contra nós.

— E esse algo é... eu — Hermione certificou-se de que havia entendido bem. Moody assentiu com a cabeça. — Mas por que casamento? Por que ele simplesmente não... me leva então? Como prisioneira de guerra ou algo do gênero?

— Acredito que ele pedirá que você faça um voto inquebrável — disse Moody. — Ele quer ter certeza de que não o enganaremos.

— Mas se eu não fizer isso, ele ameaça nos incriminar? — Ambos assentiram com a cabeça. — E se ele fizer... algo ruim...? Quero dizer, a mim? — E se ele me matar?

— Ele fez um voto inquebrantável para mim, prometendo que nenhum mal acontecerá a você durante o mandato dele, desde que façamos a nossa parte e asseguremos que todos os crimes dele sejam perdoados quando a guerra terminar — Snape apressou-se em assegurá-la.

Dragon's Heartstrings | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora