Capítulo 22.

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Hermione olhou para o corpo de Draco, caído no chão. Seus olhos estavam fechados e ele não estava respirando. A mão de Hermione começou a tremer e sua nova varinha caiu no chão com um estrondo. Ela se ajoelhou ao lado dele e sua mente ficou em branco. O anel em seu dedo começou a tremer, transformando-se em um pedaço de metal frio como pedra em sua pele.

Bichento apareceu do nada para cheirar o corpo de Draco, miando e lançando olhares de julgamento para a mãe.

Ela não sabia o que estava acontecendo, mas também sabia que precisava confirmar sua teoria.

Eu estou certa, eu sei que estou certa, pensou ela.

Mas, cinco minutos depois, Draco ainda não estava respirando.

Ela colocou uma mão trêmula no peito dele e ofegou ao sentir um batimento cardíaco muito fraco. Sua expressão vazia logo se transformou em dor, suas feições em uma careta. Hermione se afastou quando ele agarrou o peito, como se estivesse tentando impedir que o coração explodisse, e o observou com espanto enquanto ele se sentava lentamente, olhando ao redor. Ele encontrou seu rosto um momento depois, olhando para ela sem dizer uma palavra por um tempo.

— Morrer dói pra caramba — ele finalmente disse.

Hermione observou o rosto dele com atenção, procurando sinais de raiva, nojo ou aborrecimento, mas não encontrou nada disso. Era quase como se ele estivesse se divertindo, orgulhoso dela. Ela o encarou como se estivesse testemunhando um milagre. Ela havia acabado de matá-lo e aqui estava ele, sentado à sua frente, vivo e bem, sem um fio de cabelo fora do lugar, sem uma ruga em suas vestes.

— Sinceramente, eu esperava que você descobrisse isso antes, Granger — disse ele, com um canto dos lábios se contraindo. — Mas não é a maneira mais inteligente de verificar.

Hermione engoliu. Ela se recusou a dizer qualquer coisa, apenas olhando para ele, ainda esperando que ele a atacasse a qualquer momento.

— Há quanto tempo você sabe? — ele perguntou diretamente, e ela foi forçada a falar.

— Desde a noite passada — admitiu ela. — Desde que você me disse que o anel não me impediria mais de ir embora.

Os olhos de Draco brilharam de forma diabólica. Ele parecia encantado com ela. — E foi aí que você decidiu me matar? — perguntou ele.

Ela balançou a cabeça. — Na época, eu não tinha certeza, mas à noite comecei a pensar...

— Ah, sim, porque não há nada melhor para fazer à noite do que pensar — ele sorriu.

Hermione não deixou que isso a perturbasse e continuou: — E achei que havia muitos sinais que eu não tinha percebido. E eu precisava verificar minha teoria.

— Sua teoria é...?

— Você é imortal.

Draco continuou a observá-la, com aquele fogo possessivo e intenso de volta em seu olhar, incitando-a a explicar mais.

— Havia tantos sinais, na verdade, que não entendo como eu mesma não percebi antes...

— Que sinais?

— Eu - o quê?

— Você disse que havia sinais, Granger. Estou perguntando quais sinais. Quero saber exatamente como você viu através de mim.

Hermione juntou os lábios e estreitou os olhos, escondendo um meio sorriso. — Sabe, você não foi tão reservado quanto pensou que estava sendo.

Ele ergueu a sobrancelha de forma quase flertante. Hermione percebeu que o fato de ter sido morto o deixou muito mais bonito. — Talvez eu quisesse que você descobrisse.

Dragon's Heartstrings | DramioneOnde histórias criam vida. Descubra agora