Semanas depois...
Os dias se passaram rapidamente, e surpreendente todos eles foram felizes. Jennie dormia na minha casa todos os dias, a as vezes dormíamos na sua. Eu trabalhava durante a manhã, fazia faculdade a tarde e a noite nos divertíamos juntas com jogos de tabuleiro, cartas, videogame, e algumas brincadeiras que criamos. Em uma noite reunimos alguns amigos mais próximos e fizemos uma noite do sanduíche. Confesso que foi uma das coisas mais divertidas que eu já havia feito com amigos. Eu nunca havia sido tão extrovertida como nas últimas semanas.
Jennie era tão boa para mim, e eu estava apaixonada. Estar apaixonada por ela era como uma melodia suave que ecoa constantemente no coração. Cada pensamento é tingido com tons de admiração, criando um brilho especial nos olhos. Existe uma sensação de euforia obviamente, uma borboleta no estômago que dança ao menor pensamento sobre aquela coreana.
Cada interação, por mais simples que seja, se torna uma experiência significativa. Há uma ânsia por estar perto, uma conexão palpável que transcende as palavras. O tempo parece se estender quando estamos juntas, e o mundo ao redor se transforma em um lugar mais vibrante e cheio de significado. Um mundo mais feliz.
A vulnerabilidade se torna uma parte inevitável desse estado, mesmo que eu seja completamente contra isso, abrir o coração para o objeto da paixão é um ato bastante corajoso. Pequenos gestos e detalhes cotidianos ganham uma importância especial para mim, pois estão carregados de emoção e significado.
Obviamente, junto com a alegria, há uma pitada de ansiedade. O medo de perder ou a incerteza sobre o futuro acrescentam um elemento de vulnerabilidade. No entanto, a sensação geral é de um calor reconfortante, uma alegria profunda que colore a minha vida de maneira única e memorável. Jennie me mudou completamente, e eu quero que mude cada vez mais.
Eu estava no terraço naquele instante. Após longas semanas eu decidi ascender um baseado. Fazia tanto tempo que eu não precisava de tal coisa para me sentir feliz ou bem comigo mesmo. Trago, tossindo em seguida. Meus pulmões estavam desacostumados com aquele ardor. Umedeco meus lábios. Eram cerca de 5 da manhã. Jennie ainda dormia tranquilamente, e eu decidi não acordá-la.
Apesar das coisas boas que estavam acontecendo dia após dia, eu ainda me sentia entristecida pela morte do meu pai, querendo ou não ainda estava bastante recente. Honestamente eu ainda estava me acostumando a acordar e não vê-lo na cozinha preparando o bom café preto. Apesar do câncer em alguns dias eu ascendia um cigarro e ele fumava comigo, mas eu sempre fui restrita com isso. Surpreendentemente meu pai me ensinou a fumar, e o que se tornou um vício meu, foi a causa da morte dele.
Suspiro, apagando o baseado que estava pela metade, jogando-o do alto do prédio. Voltei para apartamento e rapidamente tratei de tomar um bom banho e colocar as roupas para lavar. Jennie sabia que a qualquer momento eu poderia fumar, mas eu não gostaria que ela se incomodasse com o cheiro. Caminho até o quarto. A porta estava entreaberta, empurro devagar, olhando-a sentada sobre a cama com o celular na orelha.
— Eu não posso ir, não agora. — ela fala, irritada. Engulo a saliva que faz um nó em minha garganta. — Mamãe, você não esteve comigo quando eu precisei, isso já é motivo suficiente.
Adentro o quarto. Seus olhos arregalam, então ela balança a cabeça. — Depois eu ligo para você, não quero falar sobre isso agora. — levanto as sobrancelhas, retirando algumas roupas da gaveta para me vestir. Umedeco meus lábios.
Eu a olho de relance. Ela estava com as mãos no rosto. Provavelmente chorava de raiva. Eu não sabia exatamente a relação que ela tinha com a mãe, para Jennie era um assunto bastante delicado e eu não queria forçar a nada, pois ela não me forçou a contar sobre meus pais. Porém eram preocupante as ligações de sua mãe repentinamente. Eu não sabia o que acontecia, porém não gostaria de inconveniente.
Me aproximo, puxando-a para os meus braços, abraçando-a firmemente. Ela não estava chorando, mas estava com raiva. — Eu não sei o que eu faço. — ela sussurra, então eu suspiro. Nos afastamos devagar, olhando fixamente uma para a outra. — Ela tem câncer... e eu, eu não posso ir embora apenas para cuidar dela.
Câncer. O maldito câncer. Suspiro, aquilo não poderia estar acontecendo. — Eu não posso ir embora Lisa, porque se eu for, vou ter que abrir mão de você.
— Mas você não pode abrir mão da sua mãe. — falo, sentindo o nó em minha garganta. Jennie se afasta devagar, olhando-me fixamente nos olhos. Ela ficou em silêncio por um instante. — Infelizmente as coisas funcionam assim..
— Como você pode dizer isso?
— Jennie ela é a sua mãe. Eu perdi o meu pai por conta dessa merda e quanto mais perto eu ficasse dele antes da morte era válido.
— Você não pode estar falando sério. — Jennie se levanta, ainda olhando-me atentamente. — Por que você mente? Você não precisa fazer isso só para eu me sentir melhor.
— É para eu me sentir melhor. Jennie, eu disse que te amava a três semanas atrás, e você acha que eu estava brincando? Eu não quero em hipótese alguma deixar você ir, porque eu amo você, mas por ter amar, eu deveria abrir mão.
— Lalisa, a decisão final é minha você sabe não é? — assenti com a cabeça. Eu estava desorientada. Eu a queria aqui comigo, mas também não poderia fazê-la ficar sabendo que sua mãe tem uma doença grave e precisa de ajuda. — Ela nunca me ajudou, Lisa.
— Mas ela é a sua mãe, entende a gravidade disso? Eu amo você, Jennie, eu faria qualquer coisa para ir contra algo que impedisse nossa separação, mas contra a sua mãe que tem uma doença grave... — balanço a cabeça.
Jennie suspira caminhando para fora do quarto. Permaneço ali, com as mãos no rosto, eu não queria chorar, mas aos poucos eu me sentia fraca diante daquele sentimento. Saio do quarto, então ouço o barulho do chuveiro. Entro no banheiro devagar, encontrando a garota de costas completamente nua. Umedeco meus lábios tirando minhas roupas. Puxo a porta do box, sentindo o mormaço da água quente.
— O que está fazendo aqui? — envolvo as mãos em sua cintura, sentindo o calor do seu corpo no meu, como um choque.
— Lembra de quando eu te abracei assim pela primeira vez? — fecho os olhos, sentindo o conforto daquele momento. — Foi quando eu me apaixonei por você.
— Por que você é tão romântica? — sorri, afastando seus cabelos molhados para o lado, beijando o seu pescoço levemente. — E tão boa nisso? — ri baixinho.
— Eu sou boa em muitas coisas, e se você quiser eu posso te mostrar todas elas. — percebo seu sorriso de canto. — Eu não me importo se você for.
— Por favor não quebra o clima.
— Eu posso até comprar uma passagem para ir depois de uns meses, se você quiser.
— Você não precisa mentir para mim. — fecho os olhos, balançando a cabeça. — Eu sei que você não vai aguentar se eu for.
— E não vou, mas não posso insistir que você fique aqui, comigo.
— Claro que pode, e eu vou ficar com você. — eu sorri, apoiando a cabeça sobre seu ombro, sentindo a água quente em meus cabelos. — Eu amo você, não te deixaria por nada.
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Love To Any Measure - Jenlisa
FanfictionSe apaixonar na juventude é inevitável, e Jennie estava ciente disso quando se apaixonou por uma universitária. No auge dos seus 18 anos encontrava-se em uma paixão imensurável por uma universitária. Morando um apartamento pequeno em Grand Rapids, a...