Point of View Lalisa Cartier Manoban
Um mês e meio.
Se passaram exatos um mês e 14 dias desde que eu e Jennie tivemos uma breve conversa sobre nós. Eu não a vi desde então, não tive notícias suas, apenas sabia que ela estava viva por uma foto que a mesma postou cerca de quatro dias atrás em um evento do colégio com suas amigas. Os dias sem ela eram monótonos. Eu estudava como uma maluca, enquanto tinha aquela coreana em meus pensamentos.
Durante os dias eu apenas estudei, estudei e estudei. Fotografei algumas paisagens as quais consegui vender por um uma quantia boa. Fiz alguns serviços para famílias como fotógrafa que me renderam um bom dinheiro. Agora com a morte de meu pai eu não tinha uma ajuda financeira. Me viraria sozinha com as contas do apartamento.
Ultimamente tudo tem sido tão sem sentido, e a causa disso me atordoava. Pensar sobre a minha rotina estar sem graça pela falta de uma garota faz-me pensar que eu havia me apegado ao ponto de necessitar da mesma para me sentir bem e feliz. Mas por outro lado minha vida sempre foi sem graça e sem sentido, Jennie apenas acrescentou nela o que eu precisava e não sabia como ter.
Rosé havia percebido a minha mudança de comportamento repentino, e após uma conversa estendida por horas sobre todos os meus sentimentos, ela compreendeu rapidamente. Apesar de atolada de trabalhos na faculdade eu conseguia encontrar tempo para me distrair.
Pensar sobre Jennie era como uma válvula de escape. Apesar de tudo sobre nós ser confuso, ela ainda me trazia a sensação de segurança, paz e conforto.
— Você me surpreende, Lalisa. — minha tia falou, demonstrando sincera decepção. Cabisbaixa imediatamente eu a olho. — Sua maturidade foi impressionante, mas vocês estão em um período da vida que não se sabe o amanhã. As coisas podem acontecer repentinamente e você não está ao lado dela para contar, para apoiar, para amar, mesmo que ainda não saiba o significado disso.
Expiro pesado, exalando o ar de olhos fechados mantendo a cabeça jogada para trás. Em partes, ela estava totalmente certa.
— Eu não sabia o que fazer, titia. Mas eu tinha consciência apenas de não querer perder ela.
— Claro, todos nós temos medo de perder aqueles que gostamos. Sempre haverá um receio de ver a pessoa longe, esse é um sinal grande de amor, e você demonstrou ficando distante dela. — eu a olho. — Mas não há nada que impeça ambas ficarem juntas, desperdiçar uma oportunidade de amar por medo, é totalmente errado.
— Mas e se eu precisar me livrar do medo para amá-la?
— Você nunca irá amá-la. — ela falou, agora com rispidez e total certeza. — Durante anos eu tive medo de amar o seu tio, mas depois de todos os anos longe dele, eu percebi que se esperasse o medo ir embora jamais o amaria.
— Se arrepende de todos os anos distante?
A mulher assentiu. — Me arrependo, pois sei que teria sido mais feliz que nunca.
Minha tia suspirou, agora segurando a minha mão. — Quando você passa muito tempo longe da pessoa que você ama, você percebe o quão inútil as vezes o tempo poder ser.
Assenti com a cabeça, absorvendo cada palavra que ela havia me dito. Eu era uma mulher sábia em qualquer questão que me questionasse. Mas quando se tratava do amor eu não sabia de absolutamente nada. Eu tinha incertezas sobre o amor, pois nunca pude senti-lo realmente. Já tive relações obviamente mas jamais alguém fez-me sentir como Jennie fez.
São sentimentos novos, estranhos, diferenciados mas que eu desejo senti-los mesmo que isso vá me confundir completamente. Eu não posso perder mais tempo longe da pessoa que eu desejo estar sempre perto. O tempo obviamente muda muita coisa, mas não mudou nada relacionado ao que eu sinto por ela.
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Love To Any Measure - Jenlisa
Fiksi PenggemarSe apaixonar na juventude é inevitável, e Jennie estava ciente disso quando se apaixonou por uma universitária. No auge dos seus 18 anos encontrava-se em uma paixão imensurável por uma universitária. Morando um apartamento pequeno em Grand Rapids, a...