Capítulo 𝐕𝐈𝐈

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Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira.
- Cecília Meireles

  Dominic despertava lentamente tentando se acostumar com a luz amarela daquela lâmpada piscante e desconfortável, enquanto seu peito doía em cada tentativa de puxar o ar, os cortes ardiam e queimavam.
Suas fraturas internas e externas eram graves.

Ele estava em cativeiro a dois dias, sendo torturado e interrogado, ele já imaginava que o irmão estaria o procurando incansavelmente e não demoraria para resgatá-lo.

Tentando se manter consciente, encarava a janela velha e quebrada na parede à sua frente, suas mãos amarradas para trás entre a travessa de madeira, seus pés com a corda apertada em seus machucados no tornozelo o impedia de chegar lá ou até mesmo de tentar algo.

Enquanto seguia suas pistas acabou sendo encurralado pelo Alec e seus capangas, cair em uma armadilha foi totalmente contra os planos e o ego do Santoro.
 
Com seu corpo em alerta ele escuta a porta sendo destrancada e um dos novos amiguinhos entrar com mais ferramentas de torturas.

— Eu já disse, pessoal – burburia sentindo seus lábios e bocas doloridos  – Podem tentar o quanto quiser, mas nunca serão bons na tortura como um Santoro.

— Acredite, garoto, podemos ser piores que o próprio diabo Santoro.

Dominic zombou com uma risada dolorosa, cuspiu sangue encarando fundo nos olhos do seu torturador.

Os gritos profundos vindo do Santoro poderia ser sua armadura sendo destruída aos poucos, seus olhos estavam vermelhos em pudor de hemorragias, seu corpo coberto de sangue, aquele momento poderia ser o pior da sua vida se ele não tivesse seu narcisismo para defender.

  Dominic nunca foi de aceitar uma derrota, seu sorriso maldoso em malícia a tudo que acontecia de ruim o fazia ser visto como um monstro.
Christopher era o cara das drogas e lavagem de dinheiro, Dominic era o mensageiro da morte.

O pai dos garotos fez eles se  envolverem nesse mundo desde pequenos, não tiveram um apoio familiar decente, sua mãe morreu cedo e o resto da família era amarga.

Álcool, drogas, putas e tráfico envolvia para ensinar aqueles garotos  serem “homens de verdade” uma grande loucura que os fez ter ódio por tudo aquilo mas não conseguia deixar para trás.

Se tornou parte deles, se tornou um problema em suas vidas do qual eles começaram a gostar.

  Levantando sua cabeça e tentando respirar fundo, ele conseguiu ver aquela semelhança, apesar de sentir que aquela seria sua última tortura, ele parecia contente – orgulhoso talvez – estando em seu estado grave, ele só poderia deixar aquilo continuar e se acabar.


   Sua mandíbula tensa e seus punhos vermelhos em carne viva o mantinha certo da dor, aquela sensação de fraqueza – ou seu próprio fracasso – era uma punição de abaixar a guarda

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Sua mandíbula tensa e seus punhos vermelhos em carne viva o mantinha certo da dor, aquela sensação de fraqueza – ou seu próprio fracasso – era uma punição de abaixar a guarda.

Corações Em Guerra - 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝟭Onde histórias criam vida. Descubra agora