Corações Em Guerra - 𝙇𝙞𝙫𝙧𝙤 𝟭

𝐂𝐚𝐩í𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈𝐗

Eu sou o ódio, eu sou a tristeza, eu sou a vingança, eu sou tudo aquilo em que as pessoas me fazem ser.
– Vinicius de Carvalho Araújo

6 meses depois

  Seus movimentos repetitivos e sua agitação irritante, parecia que o tempo estava parado enquanto esperava, coçando a base da sua mão em uma falsa sensação de tentar se acalmar, os ferimentos recentes e todas as sensações impotentes não eram novas, só era mais forte que o normal.

  O som alto do lado de fora incomodava sugestivamente, o quarto de hotel abafado e o barulho na rua era um jeito de se misturar sem ser muito notado.

Se passou uma semana desde que eles chegaram no bairro, sem sair muito, apenas observando de pouco em pouco e tentando tirar informações necessárias.

  Christopher não tinha visto Ayvanna ainda, Marcel sabia que ainda existiam dúvidas e aquele homem era cabeça quente demais, poderia fazer besteira e esse risco ele não queria correr.

Os pés batucando e a falta de paciência de sempre, o celular na escrivaninha com as notificações em último volume para não correr o risco de perder qualquer movimento.

Paranoico em um nível deprimente.

Parou por um momento ao ouvir a porta sendo destrancada.

Marcel entrou calmamente com sua maleta, sua aparência formal e exausta.

— Você está começando a me deixar irritado, cara. – falou assim que viu a inquietação do homem.

— Ficar parado não é muito meu dom.

Levantou rapidamente se aproximando do Marcel que mostrava os papéis com as informações do horário e data que Ayvanna tinha saído da cidade.

— Tinha razão sobre ela ter tido ajuda para sair da cidade.

Mostrou uma foto da câmera de segurança do aeroporto onde Ayvanna estava com um homem desconhecido por nome, mas conhecido por ações.

— O desgraçado das cargas? – uma confusão e uma raiva crescia ao olhar aquela imagem.

— Sim.

Houve um silêncio assustador antes do Christopher arremessar a mesa em direção a parede, ele gritou em fúria diante dos olhares sugestivos do Advogado

— Porra. – esbravejou tentando o fazer ficar em silêncio ou eles iriam ser descobertos antes da hora.

— Porra! – Passou a mão na cabeça e esmurrou a parede

— Acho melhor você se acalmar, estamos no maldito território inimigo.

— Como vou ficar calmo sabendo que essa vadia me traiu?

— É a Ayvanna, isso não é da índole dela, Santoro.

— E o que ela estaria fazendo com o maldito que roubou minhas cargas, MARCEL?

— Tem alguma razão, talvez ela não saiba quem ele é, não sei, tem alguma explicação.

— Ela se divorciou de mim logo quando o pai começou a me fuder. – apontou o dedo e esbravejou cuspindo as palavras

— Ela se divorciou de você porque tu é um babaca, seu imbecil. – virou-se em direção ao homem sem medo – Ela não é uma traidora, eu colocaria minha vida em jogo por isso.

Christopher estava cego de ódio demais para pensar, poderia colocar qualquer um como traidor menos a Ayvanna, ela era tola e apaixonada demais para fazer algo tão ousado.