012. 600º ANDAR

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• 600º ANDAR •


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— Você está horrível — é a primeira coisa que ouço assim que abro os olhos.

Quando um semideus morre, ele sabe que vai acordar no Mundo Inferior em seguida. Se tiver sorte, vai direto para os Campos Elísios e pode reencarnar, mas eu nunca pensei no que acontecia com aqueles que morriam no Mundo Inferior.

Eu jamais teria imaginado isso.

Estou sentada em uma mesa de chá. Pãezinhos, cupcakes, biscoitos amanteigados e macarrons estão dominando a mesa, mas estou prestando atenção mesmo é na minha companhia para o chá.

Meu avô está sentado à minha esquerda, usando uma roupa ridícula do século 14, o cabelo loiro penteado para trás como um lorde. Já a minha direita está uma morena que nunca vi antes. Ela tem a pele bronzeada, os cabelos castanhos presos em um coque elaborado com flores presas, uma boca em formato em formato de coração e os olhos bicolores mais incríveis que já vi.

Ela ri sob o meu olhar, e usa seu leque de penas para se abanar.

— Querida, se eu não soubesse que o seu coração pertence à outra, já teria pegado esses olhinhos para mim — ela diz e meu rosto se contorce em uma careta no mesmo instante. Agora sei exatamente quem é ela, e o que aconteceu na última vez que nos vimos. — Não faça cara feia, Letitia, dá rugas.

Olho para meu avô, que está se servindo de uma xícara de chá.

— Porque tinha que trazer logo ela?

Ele olha pra mim, as sobrancelhas erguidas e toma um gole do chá fervente.

— Você preferia que eu tivesse trago seu sogro? — sinto minhas bochechas esquentarem, e isso lhe arranca um sorrisinho. — Em todo caso, querida, é curioso que você queira arranjar discussão com Dite ao invés de saber por que está aqui e não vivendo o mesmo destino de sua prima.

— É curioso que ela ainda não tenha perguntado da namorada, isso sim — Afrodite comenta, mordiscando um biscoito.

— Eu sei que vou me arrepender de perguntar, mas... — encontro a expressão presunçosa da deusa da beleza. — Ela está bem?

— Ah, sim — ela dá uma risadinha. — Sua esquentadinha está bem. Um pouco variada, claro, mas bem.

Franzo o cenho.

— O que você quer dizer com.. Ah!

Toco o cetim ensopado do vestido e vejo meus dedos cobertos de sangue preto. Olho para os dois deuses, que me observam atentamente.

did i mention • clarisse la rueOnde histórias criam vida. Descubra agora