009. O PAI DO ANO

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• O PAI DO ANO •


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É como um deja vu.

Estamos na limusine de novo, Clarisse e eu no banco de trás e mamãe sentada à nossa frente.

A diferença é que a filha de Ares está deitada com a cabeça no meu colo tirando um cochilo para não sentir tanto o efeito do Advil que dei à ela. Em sua defesa, ela até que se saiu bem com o salto, não tropeçou na minha frente nem uma vez e eu até me perguntei se ela já tinha usado um antes, até que eu desci do palco e ela decidiu tomar a dianteira e ir até mim.

Clarisse caiu de cara no chão, bem de frente à minha tia, que explodiu em uma gargalhada. Não se machucou o suficiente para comer ambrosia, mas eu a dei um comprimido para a dor. É o suficiente até que eu fale com o meu pai e possamos voltar ao acampamento.

Laetitia — minha mãe chama e eu ergo os olhos da cacheada para ela. Olhando para seu rosto bonito e maquiado, tento não pensar em quando eu era a única felicidade que ela precisava. — Eu... Eu quero pedir que tome cuidado lá, com o seu pai.

Minha mãe torce as mãos no colo, nervosa. Conto três das suas unhas postiças jogadas no banco do carro.

— Seu pai é, sem dúvidas, o melhor dos deuses — continua, e arranca outra de suas unhas. —, mas mesmo o senhor dos mortos pode acabar se irritando com as brigas de seus tios, e imagino que esse seja o caso, dado o que ele fez.

Solto um suspiro cansado.

— O meu pai não roubou o raio — ela assente, mas começa a morder o lábio inferior e ainda não parou de arrancar suas unhas. Estreito os olhos. — Mãe.

A loira ergue os olhos para mim e eu me assusto com o que vejo. Medo. O mais puro e profundo medo. Não vejo medo nos olhos da minha mãe desde que ela encarou a mancha carmesim que crescia em seu vestido depois de eu acertá-la com Skotádi.

Ela sabe de alguma coisa.

— Mãe — ela engole em seco. — O que é que você sabe?

— Eu não posso contar — sussurra, trêmula. — Ele disse que me condenaria aos Asfódelos se eu te contasse.

— Você não está morta, mãe, não pode ser condenada aos Asfódelos — retruco.

— Isso não quer dizer nada quando a pessoa que te ameaça é o senhor dos mortos! — sibila, e olha nervosa para as ruas de Los Angeles. — A única coisa que eu posso te dizer, Letitia, é você não é a única.

Eu não... o quê?

— Isso não faz o maior sentido, mãe — digo, tirando com cuidado os grampos do cabelo de Clarisse.

did i mention • clarisse la rueOnde histórias criam vida. Descubra agora