005² • UMA PARTE DE MIM

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• UMA PARTE DE MIM •


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3 semanas atrás


— Você foi a primeira criança proibida que viveu depois do acordo — meu pai diz, o braço entrelaçado ao meu.

Como todos os dias depois do café da manhã, nós caminhamos em silêncio pelo jardim de Perséfone. Todos os dias, um novo jardim aparece, novas flores e novos cheiros hipnotizantes, parece mais um labirinto de encantos. A única coisa que não muda são as romãs. Belas, gordas e orgulhosas romãs douradas, um pomar extenso que escurece o jardim sob suas folhas.

Todos os dias, meu pai me presenteia com seis sementes de romã. Em um saquinho bem escondido no meu chalé, devem ter centenas delas. Para emergências, ele explicou uma vez, em situações em que não houver uma saída.

Mas, hoje, ainda segurando as sementes, ele fala.

— Achei que Thalia fosse a primogênita.

— Bom, tecnicamente ela é, mas Thalia virou uma árvore há seis anos, ela parou de viver e jamais cumprirá seu destino — ele explica, suave, tocando um lírio de pétalas cor de sangue. — No verão, quando a transformei em estátua, pensei que tivesse salvado você do destino dela.

A estátua é uma questão complicada entre nós.

Nós decidimos, os dois, que iríamos tratar a minha quase morte com delicadeza. Ele cumpriu a promessa que fez a mim e protegeu a Risse, mas me transformou em uma estátua e teria me deixado assim se Percy não tivesse me "roubado".

Mas sobre eu ter o destino dela...

— Quando você fizer dezesseis anos, ainda esse mês, será qualificada para a profecia que prevê a destruição ou a salvação do Olimpo.

Congelo e olho para ele. Meu pai não olha pra mim e sim para outro arranjo de lírios, desta vez com pétalas branco-fantasma que brilham ao seu toque. São minhas flores favoritas, mesmo que sejam flores fúnebres. Imagino que a morte me atraia, de certa maneira.

— Estou destinada a destruir o Olimpo? — pergunto em um fiapo de voz.

Os olhos escuros do meu pai encontram os meus e ele abre um leve sorriso.

— Sim e não.

Bufo.

— E o que isso quer dizer?

— A profecia fala de um filho dos deuses antigos, eu e meus irmãos — explica, puxando levemente meu braço para que voltemos a caminhar sob o pomar. —, mas não diz de quem é o filho. Nós achamos que seria Thalia. Afinal, ela foi forte e corajosa como esperado dela, e já tinha doze anos quando foi transformada em uma árvore pelo pai.

did i mention • clarisse la rueOnde histórias criam vida. Descubra agora