Prólogo

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UMA PROMESSA

— Era uma criança quando apenas assentiu diante da promessa. Ela abraçou suas irmas em seus medos, em suas dores, em suas tristezas. Ela foi a mãe, a heroína delas. Mas ela nunca foi ela mesma. Ela nunca viveu sua própria vida. Ela nunca seguiu seus próprios desejos. Ela nunca se permitiu ser fraca, ser vulnerável, ser triste.

Ela estava morta por dentro. E ninguém sabia.

A igreja é o único lugar que posso ter a paz e o silêncio, onde não tem olhares de cobrança e desapontamento

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A igreja é o único lugar que posso ter a paz e o silêncio, onde não tem olhares de cobrança e desapontamento.  E além do mais é lugar onde ficar quieto aqui sem a expectativa de interações forçada. Fiz o sinal da cruz e me ajoelhei diante da imagem, olhando fixamente.

Não tem ninguém, a igreja se encontra vazia e sendo iluminada apenas por velas que foram colocados pelos filhos dos abençoados, fazendo seus pedidos e orando para que os seus deuses continuem iluminando suas vidas infelizes. Tudo isso é ridículo, colocar velas para deuses e feericos pedindo para protege-los.

Prometa que irá cuidar de suas irmãs, e se for preciso, dê sua vida por elas.

Essas foram as últimas palavras de minha mãe, e o primeiro pedido que fez para mim. Para nestha, foram palavras de orgulho e disse o quanto amava ela, e que deveria aproveitar e se casar, pois pode lhe proporcionar mais orgulho. — A única que ela amava. Para elain, foram palavras dizendo para aproveitar sua beleza e encontrar um homem para se casar, e que pode ter qualquer um em seus pés, até mesmos os deuses.

Para feyre, foi apenas o silêncio. — A filha caçula que tirou a sua felicidade e que arruinou sua vida, e sempre fazia questão de jogar na cara de feyre o quão inútil e insuportável ela era. Isso fazia meus nervos se alterarem, sei que era minha mãe, mas odiava quando ela falava desse jeito com feyre, a garota não tem culpa por sua morte.

E eu, a filha decepcionante que não se casou com um homem rico, porque diz que não precisar de nenhum deles para tira-la da pobreza que o próprio pai enfiou-as, a filha rejeitada assim como feyre. Não foi palavras de orgulhos, nem silêncio, apenas um pedido; "dê sua vida"

E desde então, carrego essa promessa de proteger minhas irmãs, mesmo sabendo que eu protegeria sem a promessa.

— Você quer se julgada? — perguntou o padre, parando em minha frente, tampando a visão da dividade.

— Todos nós seres julgados.

— Não foi isso que te ensinei.

O padre se acostumou com minhas vidas em sua igreja desde a morte de minha mãe, e sabe que só veio aqui por silêncio e sossego, algo que não tenho em minha própria casa. — se é que devo chamar aquilo de casa. Nunca pensei na possibilidade de me confessar para um padre ou pedir pra ser julgada, não quero, já basta a julgação que tenho das minhas próprias irmãs.

A bruxa escarlate| ᵃᶻʳⁱᵉˡ Onde histórias criam vida. Descubra agora