Stepstones

303 32 3
                                    


— Kepa!— a filhinha caçula, Naerys, o chamou, puxando a mão do príncipe com suas duas mãozinhas geladas pelo frio da noite.

—Naerys— Baelon se agachou e sorriu quando ela ao ver a pequena coisinha. Ela nunca deixou de fazê-lo feliz e seu sorriso nem mesmo enfraqueceu enquanto ele a levantava e a abraçava, tomando a menina no colo. —Oh, minha pequena Naerys. Como você está? Ainda se metendo em problemas a essa hora?

— Sim!— Disse ela honesmente, rindo ao ser rodada no ar.

—Eu não tenho dúvidas. Aposto que a Septã e sua ama estão atrás de você. Elas tentaram fazer com que você fosse uma boa menina e você fez o quê?— Baelon brincou.

— Eu corri delas. — Naerys disse, pousando a mãozinha no peito do pai. — A septã quer me colocar para dormir! Mas o Vis e o Daemon ainda estão por aqui, kepa!

O Targaryen riu:
—Então você e seus irmãos ainda se metem em encrencas juntos? Vocês três não aprenderam nada?

— Vis estava cuidando de mim e de Daemon — contou a pequena, como se quisesse defender seu irmão mais velho. — Mas o tio Aemon começou a conversar com ele.

—E você não estava fazendo nenhuma travessura enquanto ele estava ocupado?— Ele riu enquanto beijava sua testa. A garota sempre tinha um jeito de trazer um sorriso ao rosto dele, pelo menos por um tempinho ele conseguia esquecer seus problemas e lembrar dos velhos.

— Acabei de roubar alguns bolos!— Ela brincou com os dedinhos, passando para a barra do vestidinho lilás com padrões em dourado e pérolas no pequeno corpete. Naerys amava aquela roupa e sempre a usava com um adereço de tom lilás e bordas peroladas na cabeça, com uma redinha de ouro segurando seus longos cabelos prateados, mas que nunca se mantinha na cabeça da pequena por muito tempo.

—Oh Naerys, minha doce ladrazinha!— Baelon fingiu ficar com raiva enquanto beliscava sua bochecha. Uma garotinha que poderia fazer um príncipe adulto rir sem vergonha alguma em público. Talvez ele fosse muito mole ou talvez sua filha fosse seu pequeno demônio.

— Quer um pouco?— Ela enfiou a mãozinha dentro do corpete, tirando biscoitos levemente rachados de lá que roubara da cozinha.

—Não! Eu não quero nenhuma das suas guloseimas roubadas, como você ousa roubar do cozinheiro e depois tentar me tornar cúmplice? — O príncipe da Primavera riu alto.

— Tudo bem então — Disse Nys, guardando os biscoitos no corpete outra vez e coçando o peito por conta dos farelos incomodando sua pele por baixo da roupinha, em especial sua barriguinha.

Baelon riu, enquanto beliscava sua bochecha e beijava sua cabeça novamente. Ela era uma criança tão doce e estava claro que ela era a garotinha do papai. Ela sempre foi.

— É melhor você ir se limpar antes que Vizzy encontre você comendo biscoitos outra vez. Eu não vou te salvar duas vezes no mesmo dia.

— O Vis deixa— mentiu, encolhendo os ombrinhos antes de enfiar a mão no corpete e pegar um biscoito, o mordendo. — Eu e o Daemon.

Ela e seus irmãos eram um terror para os cozinheiros, ela era uma garotinha tão doce, mas tão levada que às vezes lembrava Alyssa na infância.
—Você, Daemon e Viserys sempre se unem contra o cozinheiro? Isso é maldoso, mocinha!

— Mas ele deve estar feliz. Significa que ele faz doces bons— Disse ela com a boca cheia, cuspindo farelo no pai por acidente.

— Isso é verdade.— Mais uma vez, Baelon foi pego pela inteligência infantil dos filhos. — Mas roubar e tentar comê-los debaixo da mesa não é a melhor maneira de fazer isso.— Ele riu.
—o biscoito pelo menos é bom?

Antes Maegor do que Aenys Onde histórias criam vida. Descubra agora