grades still matter

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⚠️TW: relato detalhado sobre um episódio de bulimia e dismorfia corporal (TDC). caso não se sinta confortável, não leia! e se caso esteja sofrendo com este ou outros transtornos, procure ajuda imediatamente

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Ashley Morgan Stanford
Los Angeles, California

Acordar ao lado do Vinnie é o mesmo que acordar de um sonho e perceber que tudo aquilo que você mais deseja, é real.

Me senti meio mal por tê-lo deixado sozinho no apartamento, ainda mais depois de ter deixado as panquecas intactas no meu prato. Se ele soubesse o quão grata eu me sentia por tudo que ele fez...

Mas é claro que eu tinha que estragar tudo! Eu e minha insegurança.

Inventei um almoço com o meu pai e saí correndo de lá, fugindo daquilo que eu conquistei. Solto um suspiro ao chegar, enfim, na frente da enorme construção que eu considerava como minha casa. Abro a porta com as minhas chaves e logo entro, encontrando meu pai sentado na bancada da cozinha, com seu café e seu fiel jornal de papel — porque ele se nega a ler notícias online.

Diferentemente dos outros dias, o mais velho não parecia muito contente em me ver, o que é estranho. Apenas me encarou por cima dos óculos de grau e deixou a folha ao lado de suas frutas. Aceno, dando "bom dia" e quando estava prestes a subir as escadas, escuto meu nome sendo chamado. Faço todo o caminho de volta, até ficar na sua frente.

— Eu precisava tomar um banho... não pode ser depois?

— Não. — sua voz é dura. — Ashley, eu te deixo sair, te deixo namorar, beber, voltar tarde... e tudo que eu sempre esperei em troca foi sua dedicação com a escola e boas notas. Certo?

— Sim. — respondo com um pouco de confusão na voz. Não estava entendendo onde ele queria chegar.

— Então me diga, Ashley Morgan Stanford, como você conseguiu tirar notas tão ruins esse semestre?

Mordo o lábio inferior, nervosa quando ele aponta seu celular na minha cara, me mostrando um e-mail da coordenação, afirmando que meu desempenho tinha caído e eu estava quase de recuperação em química, biologia e história. Eu tinha apenas mais uma prova de cada uma dessas matérias, e precisava gabaritar se quisesse passar. A coordenadora também sugeriu atividades extras, que poderiam me ajudar.

— Eu... me desculpa pai. — limpo a garganta. — Acho que não estive muito concentrada esse semestre. — murmuro, desviando o olhar.

E eu sabia exatamente o que tinha me tomado tanta atenção.

— O que aconteceu? — ele suspira, perguntando após um breve silêncio.

Não poderia contar sobre Vinnie e todas as coisas que já chegamos a fazer. Muito menos que era com ele que eu estava até agora. Mas também não queria mentir para o meu pai. Ele significa tudo pra mim.

𝘀𝗲𝘅 𝗱𝗿𝗶𝘃𝗲Onde histórias criam vida. Descubra agora