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Com os quadris apoiados no pequeno balcão, Minho tentava ganhar coragem, com um café preto na mão. Changbin disse que estava ocupado, então era ele o encarregado de interrogar Jisung, e sentia-se apreensivo e incapaz de incara-lo.

Bem, estava exagerando, mas a possibilidade de perder todos os seus recursos e sua confiança estava longe de ser pequena. Esta não foi a primeira vez que ele teve medo de entrevistar um suspeito. Encontrar-se cara a cara com uma personalidade ou alguém influente já havia acontecido com ele, e o estresse que sentiu o virou completamente de cabeça para baixo.

Mesmo assim tinha uma vantagem, que era já ter se encontrado cara a cara com Jisung um bom número de vezes, apesar da apreensão, ele tinha a capacidade de se preparar melhor mentalmente para essa situação.

Em sua cabeça, um discurso autoproclamado passou, dando-lhe coragem aos poucos.

Claro que ele conseguiria, ainda se apresentava como o melhor policial de sua turma, sua reputação o precedia, não era um simples jovem cheio de si que iria intimidá-lo.

Terminando de beber o liquido em sua xícara, caminhou com firmeza em direção à sala. Sua mão pousou na alça em um gesto firme e de comando, e depois de mandar Changbin embora, ele se acomodou e pediu informações a Jisung. Seu sangue estava fervendo em suas veias, uma súbita onda de adrenalina o tomou e finalmente se sentiu pronto.

O estranho é que a personalidade de Minho alternava entre grandes momentos de angústia, um terrível medo do fracasso e uma disciplina infalível, à bravura, uma curiosidade sem nome, um olhar autoritário que fazia gelar o sangue, e um carisma imponente, bem como o desejo de aventuras intrépidas durante suas investigações.

Obviamente este paradoxo fazia parte do seu encanto, mas tornava-o bastante imprevisível.

Então, quando Jisung o viu chegar tão confiante, sua presença enchendo a sala e seu olhar penetrante fixo nele, mesmo que o tivesse visto pela última vez em lágrimas e perturbado, ele se sentiu pequeno.

Os papéis foram subitamente invertidos, o loiro achou Minho quase poderoso daquele jeito.

— Hum... eu-eu...

— Conte sobre o tráfego.

— Sim, tráfego, claro o trânsito...

Jisung gaguejou por alguns momentos antes de reconectar seus neurônios e reunir as informações sobre o referido tráfego.

— Eu não sabia muito, mas sei para onde ele ia nas trocas.

— E onde seria?

— Uh... você tem um pedaço de papel?

Com uma sobrancelha levantada, Minho enfiou a mão no bolso grande da calça e tirou um pequeno bloco de notas com um lápis do mesmo tamanho e deslizou-o sobre a mesa.

— Como você sabe o endereço?

— Nunca estive lá, mas um dia o vi no celular. — murmurou — Ah, e ele nunca quis me dizer o nome do traficante dele, não sei por quê.

— Você teve acesso ao telefone dele?

— Sim.

— Vocês tinham muitos amigos em comum ou não?

numb to the feeling • minsung | TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora