— Bem, conte-me tudo, Binnie.
Changbin e Minho decidiram fazer uma pausa de algumas horas. Recentemente haviam mergulhado no trabalho, um pouco demais, pois não tinham mais a oportunidade de sair, se ver fora do escritório e conversar sobre outras coisas além de investigações ou arquivos ordenados. Antes de serem simples colegas, eles se consideravam bons amigos.
O pequeno era provavelmente um dos únicos amigos de Minho, e já o era há vários anos. Depois de se formarem, os dois ingressaram na Academia de Polícia de Seul ao mesmo tempo.
O início foi difícil, os professores não lhes deram trégua e as diversas provas, tanto físicas como escritas, foram extremamente trabalhosas.
Surpreendentemente, os dois estavam no mesmo nível desde a escola, e apesar da rivalidade que era necessária neste ambiente, já que ser o melhor era o objetivo principal, rapidamente se estabeleceu um entendimento amigável entre eles. Minho inicialmente era relutante com essa amizade, ainda tão fechado em si mesmo e ainda em estado de choque com a saída de Jisung, introvertido pra caramba. Então, aos poucos, a risada de Changbin e suas piadas pesadas, seu caráter caloroso e tranquilizador começaram a agradá-lo.
Minho raramente o demonstrava, mas o considerava como um irmão, e só com ele se sentia mais confortável, sentia-se relaxado e em total confiança. A única pessoa com quem ele conseguiu ser assim antes foi Jisung. Changbin entendeu desde o início que algo estava corroendo Minho por dentro, pela sua expressão séria mas imbuída de uma certa tristeza, mas sem saber bem o que era. E foi assim que ele fez de tudo para dissecar a carcaça do amigo ao longo do tempo.
Hoje, Minho estava um pouco mais aberto, o suficiente para fazer amizade com gente nova sem se sentir insuportavelmente desconfortável.
Sempre teve dificuldade em dar o primeiro passo, mas inconscientemente e graças a Changbin, tentava melhorar nas relações humanas.
Ele também conseguiu fazer amizade com seu chefe, com quem se dava bem. Não eram os amigos mais próximos do mundo, mas podiam contar um com o outro em momentos difíceis.
Changbin também se dava muito bem com Chan, muito mais do que pensava, e por isso o arrastou para um café, não muito longe de seu pequeno mas amigável local de trabalho, para que ele lhe contasse com mais detalhes sua história de amor com seu chefe.
Sentados frente a frente em uma mesinha de madeira escura, em frente a uma grande janela que dava para a rua, saboreavam seus cafés com creme.
O calor do lugar os obrigou a tirar os casacos e os suéteres grossos. E confortavelmente sentado em sua cadeira, Minho convidou Changbin para lhe contar a história.
— Não sei por onde começar...
— Bem, quando esse relacionamento começou?
— Hum... eu diria desde o verão passado?
— Espera, já se passaram mais de seis meses e você não me contou nada? —Minho inclinou a cabeça, indignado com a revelação.
— Mas ele é nosso chefe, bom, não sei, fiquei com medo da sua reação, e não queríamos que isso fosse conhecido!
— Hum, hum... entendo.
Changbin se culpou por não ter falado com ele sobre isso antes, afinal eles eram próximos o suficiente para conversarem sem vergonha e sem restrições sobre suas vidas privadas.
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numb to the feeling • minsung | TRADUÇÃO
Hayran Kurgu「 EM ANDAMENTO • LONGFIC 」 Uma festa, um cadáver e um suspeito. E obviamente é ao Tenente Lee Minho, um polícial com uma carreira de sucesso - apesar da pouca idade - e um dos melhores investigadores da sua cidade, que o caso é confiado. No entanto...