𝙳𝚊𝚢 𝚃𝚑𝚛𝚎𝚎: 𝙸𝚗𝚝𝚎𝚛𝚎𝚜𝚜𝚎𝚜

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Kaori Pov:

Mais tarde, já de noite, depois de um bom filme e algumas guloseimas, nós nos acomodamos na sala de estar, decidindo dormir ali, cada um com seu futon e cobertor juntos como uma grande cama no chão, perto da televisão.
Floppy, meu amado bichinho de pelúcia, estava confortavelmente aninhado ao meu lado. Eu podia sentir o olhar dos garotos sobre mim, mas eles não disseram nada. Eles sabiam o quanto Floppy significava para mim, já que era um presente do meu falecido pai.

A luz suave do abajur lançava sombras dançantes pela sala, criando um ambiente acolhedor. Podíamos ouvir os sons suaves da cidade lá fora, um lembrete constante de que a vida continuava, apesar de tudo.

– Você está se sentindo mais confortável agora? – Suguru dirigiu sua pergunta para mim, com sua voz levemente rouca, quebrando o silêncio. Enquanto o mesmo também ajeitava seu espaço ao lado do sofá.

– Sim… e... obrigada a vocês dois por decidirem passar a noite comigo – Respondi, abraçando Floppy mais perto. – Obrigada mesmo…

Satoru sorriu, seu rosto iluminado pela luz suave do abajur. – De nada, Princesa. – Ele disse, e eu soube que ele estava falando a verdade, mesmo que seu tom tenha dado a impressão de que ele queria se sentir superior, como sempre.

Dou uma risadinha. Suguru então apaga o abajur, deixando a sala com um clima reconfortante e sereno.

Nós conversamos por um tempo, sobre coisas triviais, apenas para manter a escuridão à distância. E, quando finalmente adormeci, fiquei com a sensação reconfortante de que eu não estava sozinha.

Satoru Pov:

Com o sono já longe, decido me levantar silenciosamente, tentando não perturbar a Kaka e o Suguru. A perna dela estava em cima de mim, então tive que me mover cuidadosamente para o lado. Ela murmurou algo em seu sono, mas não acordou.

Caminho até a cozinha, o silêncio da casa é quase ensurdecedor. Abro a geladeira e pego uma garrafa de água, tomando um longo gole. Meu olhar vagueia pela sala escura, os móveis banhados pela luz fraca da lua que entrava pela janela.

Olho para o relógio cravado na parede e vejo em seus ponteiros que o mesmo marca duas da manhã.

– Porra… por que tão cedo? – praguejo num sussurro. Deixando a garrafa na bancada e indo até a sacada, pois talvez um pouco de ar fresco cairia bem.

O ar da noite é frio, mas revigorante. Olho para o céu estrelado, perdendo-me na imensidão do universo.

De repente, ouço um barulho vindo de dentro da casa. Meu coração dispara. Será que Kaori ou Suguru acordaram? Corro de volta para dentro, apenas para encontrar Suguru sentado no sofá, esfregando os olhos.

– Não conseguiu dormir? – Ele pergunta, sua voz rouca de sono.

– Não, – respondo, sentando-me ao lado dele. – Acho que estou com muita coisa na cabeça.

Suguru apenas balança a cabeça, entendo o que eu quero dizer.  Ele sempre foi bom em entender os outros, mesmo quando eles próprios não entendiam.

– Entendo. – Suguru disse, olhando para mim com uma expressão compreensiva. – Quer falar sobre isso?

Hesitei por um momento, mas então decidi que talvez fosse bom compartilhar meus pensamentos com o meu melhor amigo.

– É sobre a Kaori. – Comecei, escolhendo minhas palavras com cuidado. – Eu só... eu só tô preocupado com ela. Ela tem passado por muita coisa ultimamente e eu não sei como ajudá-la. Na verdade, eu nem sei se eu ajudaria ou só a prejudicaria... Hah- Esse meu jeito não me ajuda nessas situações. Se não fosse por você naquela hora, Suguru, eu provavelmente ficaria fixo no mesmo lugar sem saber o que fazer. No fim… eu só…– não consigo terminar de me expressar, indignado com minha própria insuficiência.

𝘐𝘯𝘧𝘪𝘯𝘪𝘵𝘦 - 𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞 𝚎 𝚂𝚞𝚐𝚞𝚛𝚞 + 𝙾𝚌Onde histórias criam vida. Descubra agora