𝙳𝚊𝚢 𝙵𝚒𝚟𝚎: 𝙰𝚗𝚜𝚎𝚒𝚘𝚜

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Suguru Pov:

Os últimos dias foram um turbilhão de emoções e preocupações. Kaori desaparecera sem deixar rastros, e Satoru e eu estávamos à beira do desespero. Tentamos todas as formas possíveis de contato, mas foi como se ela tivesse sido engolida pela terra. A ausência dela era um vazio constante, uma sombra fria que se estendia sobre tudo que fazíamos.

A notícia do massacre na residência Kamo chegou a nós como um choque elétrico. Quinze pessoas mortas, entre elas membros de alto escalão do clã Kamo, pendurados como troféus macabros em uma árvore. Era um cenário de horror, algo que desafiava a compreensão. E o mais perturbador era a suspeita que pairava no ar, uma suspeita que nem Satoru nem eu queríamos admitir.

O alto escalão jujutsu convocou uma reunião urgente, e fomos chamados para comparecer. A atmosfera era tensa, carregada de olhares acusatórios e sussurros sombrios. Sentíamos o peso da suspeita sobre nós, uma suspeita injusta que nos vinculava aos terríveis eventos em Kyoto.

– Geto, Gojo, – começou o chefe do alto escalão, um homem que eu sabia que estava nos julgando atrás daquela fina tela que nos separava – Um incidente grave ocorreu, um que coloca a segurança de nosso mundo em risco. Kaori Kamo, uma feiticeira de grau especial sob sua tutela, está desaparecida. E há suspeitas de que ela esteja envolvida no massacre do clã Kamo.

A acusação era como um soco no estômago. Satoru e eu trocamos olhares, ambos chocados e incrédulos.

– Isso é absurdo! – Satoru foi o primeiro a se manifestar, sua voz carregada de indignação. – Kaori jamais faria algo assim. Ela...

– Sabemos do seu envolvimento pessoal com Kamo Kaori, Gojo. Mas as evidências não podem ser ignoradas. – O chefe interrompeu-o, implacável. – Quinze membros do clã Kamo foram encontrados mortos em circunstâncias que sugerem o uso de técnicas amaldiçoadas. E Kaori é a única que desapareceu sem deixar rastros.

Eu sentia uma raiva crescente dentro de mim, uma raiva contra a injustiça e a facilidade com que acusavam Kaori sem provas concretas.

– Vocês estão pedindo que acreditemos em coincidências? – Minha voz era calma, mas firme. – Kaori tem sido uma aliada leal. Ela enfrentou inúmeros perigos ao nosso lado. Suspeitar dela sem mais nem menos é um insulto à sua dedicação.

O homem idoso nos observava por de trás daquela fina tela, avaliando, antes de prosseguir.

– Independentemente de nossas opiniões pessoais, precisamos de respostas. Geto, Gojo, vocês dois são os mais indicados para encontrá-la. Queremos que tragam Kaori de volta para que ela possa se explicar. Se for inocente, não tem nada a temer.

A missão era clara, mas a ideia de caçar Kaori como se fosse uma criminosa era repulsiva. No entanto, sabíamos que aceitar a missão nos daria a oportunidade de protegê-la, de encontrar a verdade por trás desse mistério.

– Entendido. – Respondi, olhando para aquele "véu" que eles usavam para se esconderem. Velhos podres e covardes. - Encontraremos Kaori e traremos as respostas que vocês buscam. Mas faremos isso do nosso jeito.

Satoru assentiu em concordância, seu rosto sério refletindo a determinação que sentíamos.

A reunião terminou com mais instruções e advertências, mas elas mal registraram em minha mente. Meu foco estava em Kaori, na necessidade de encontrá-la antes que fosse tarde demais.

Satoru e eu saímos juntos, mergulhados em nossos pensamentos. A tarefa à nossa frente era imensa, mas a determinação que compartilhávamos era ainda maior.

No caminho de volta para casa, o silêncio entre Satoru e eu era denso, carregado de preocupação e reflexão. Eu dirigia, perdido em pensamentos sobre Kaori e a situação em que nos encontrávamos. O som do motor era um ruído de fundo, quase confortável, comparado ao turbilhão de emoções que tentávamos processar.

𝘐𝘯𝘧𝘪𝘯𝘪𝘵𝘦 - 𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞 𝚎 𝚂𝚞𝚐𝚞𝚛𝚞 + 𝙾𝚌Onde histórias criam vida. Descubra agora