A oferta da minha avó, estendida diante de mim na forma do Olho Escarlate, era tentadora e ao mesmo tempo aterrorizante. O poder que emanava daquela esfera vermelha era palpável, mas eu sabia muito bem o preço que acompanhava tal poder. Recusar não seria apenas uma questão de escolha, mas de resistir a um destino que tentava me aprisionar em suas garras mais uma vez.
– Aiko-sama, eu não posso aceitar. – Minha voz era firme, apesar do medo que sentia. – O poder do Olho Escarlate não deveria ser usado levianamente. Eu não quero fazer parte de jogos de poder e manipulação.
A expressão de minha avó se transformou rapidamente, de "gentil" para uma fúria fria. Ela recolheu o Olho Escarlate e o colocou de volta no cofre com um movimento brusco.
– Você é uma tola, Kaori! – Ela cuspiu as palavras com desdém. – Você acha que tem uma escolha? Você é uma Kamo, e é seu dever seguir os desígnios da família. Você vai aceitar o Olho Escarlate e cumprir seu papel!
– Meu papel não é ser uma marionete, Aiko-sama. – Respondi, ainda mantendo minha compostura. – Eu não serei usada para fortalecer laços através de um casamento arranjado com outro clã. Eu quero fazer a diferença no mundo com meus próprios méritos, não como um peão em seu jogo de xadrez.
A velha parecia prestes a explodir de raiva. Com um gesto rápido, ela fechou o cofre e o quadro voltou para o seu lugar, escondendo o segredo mais uma vez.
– Você não entende, Kaori. – Sua voz era gelada como o vento de inverno. - Você não tem escolha. Se você não aceitar voluntariamente, eu farei com que aceite. Você é demasiado valiosa para ser desperdiçada.
Senti o peso de suas palavras, uma ameaça velada que não ousava ignorar. No entanto, minha determinação era mais forte do que meu medo. Eu não poderia me deixar ser arrastada de volta para as sombras de uma vida que eu havia lutado tanto para deixar para trás.
– Eu sinto muito, Aiko-sama, mas eu não posso seguir este caminho. – Levantei-me, pronta para enfrentar as consequências de minha escolha.
A velha não respondeu imediatamente. Em vez disso, ela tocou um sino pequeno ao seu lado, e dois homens entraram na sala. Eram guardas da mansão, rostos inexpressivos e posturas ameaçadoras.
– Se você não aceita o seu destino voluntariamente, Kaori, eu terei que insistir. – Aiko-sama disse, com um sorriso cruel.
Antes que eu pudesse reagir, os homens avançaram em minha direção. A luta que se seguiu foi breve; eu era uma feiticeira treinada, mas fui ferida por uma adaga que continha um veneno poderosíssimo, especialide da minha avó. Portanto acabei sendo dominada e arrastada para fora da sala de chá - agora deveras destruída por conta luta - através dos corredores da mansão, até um quarto escuro e isolado. Lá, fui deixada sozinha, uma prisioneira em minha própria casa.
Presa em correntes, sentindo o veneno que corria por minhas veias, vi aos poucos o mundo ao meu redor girar e escurecer, minha consciência se esvaindo rapidamente em um abismo frio e escuro.
Quando despertei, a realidade que me aguardava era um pesadelo do qual não conseguia acordar. A dor lacinante em meu rosto era indescritível, concentrando-se em um ponto específico - meu olho.
O lugar onde me encontrava era um quarto fechado, paredes de madeira escura, decorado com tapeçarias antigas que contavam histórias de guerras e conquistas. Uma única lâmpada pendia do teto, lançando sombras fantasmagóricas pelas paredes. No canto, um espelho de corpo inteiro emoldurado em madeira entalhada refletia uma imagem que eu mal podia reconhecer como minha.
Lentamente, arrastando cada partícula de força que me restava, aproximei-me do espelho. O reflexo que me encarava de volta era de uma mulher com um olho vermelho intenso, brilhante, pulsante de poder. O outro, meu olho natural, cheio de medo e confusão. Não havia como negar: o Olho Escarlate havia sido implantado em mim, substituindo minha visão por uma perspectiva distorcida e sombria.
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𝘐𝘯𝘧𝘪𝘯𝘪𝘵𝘦 - 𝚂𝚊𝚝𝚘𝚛𝚞 𝚎 𝚂𝚞𝚐𝚞𝚛𝚞 + 𝙾𝚌
Fiksi PenggemarKaori Kamo, é uma garota que acaba de se formar na escola técnica de jujutsu junto com seus dois melhores amigos; Suguru e Satoru. Mesmo depois da escola eles decidiram morar juntos, graças ao Gojo, numa casa grande o suficiente para acomodar a todo...