🍁CAPÍTULO 03🍁

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🔸️Magnus

— Parabéns pela vitória, meu imperador. Somos gratos por sua benevolência. O povo de Três Rios lhe dá sua promessa de fidelidade perpétua por expulsar as trevas para longe — disse um general, ajoelhando-se diante de meu pai, que estava sentado no trono, ao lado de minha mãe, que sorria. A guerra contra as trevas, além dos mares, havia chegado ao fim.

— Nosso sangue foi derramado por essa vitória. Que o seu povo e o meu sejam um só — proclamou meu pai, com a mão erguida em juramento, selando mais uma aliança. Doze nações agora compunham o vasto Império, que se estendia dos mares de sal do Reino de Serpes ao frio cortante de Lamark.

— Em nome da Grande Casa Wolf, eu juro governar este tempo de paz com sabedoria e amor pelo nosso povo. Que vocês sejam meus braços e minhas pernas, para que juntos possamos governar este Império — disse ele, levantando-se ao lado de minha mãe, que o observava com orgulho. Meu pai era um homem bom, íntegro, corajoso, incapaz de tocar nas trevas.

— Que assim seja, meu Imperador! — gritaram os doze generais em coro, selando o juramento perpétuo.

A celebração começou. Vinhos, comida, dança, música... A felicidade preencheu aquela noite. Era a comemoração da derrota das trevas diante da luz, pela espada de Maximilian da Casa Wolf. Os homens-lobo haviam triunfado, trazendo paz ao mundo após cem anos de uma guerra brutal que matou milhares. A terra, devastada, ardia em cicatrizes, mas naquele momento, a paz finalmente reinava.

Olhei para meus pais, dançando felizes, enquanto os salões do castelo transbordavam de guerreiros celebrando a vitória. Ao longe, avistei uma mulher grávida, dançando alegremente. Seu sorriso iluminava o ambiente, e seu marido, um general de olhos azuis, a olhava com adoração. Eles eram os generais de Três Rios.

Uma pontada atingiu meu peito. Nossos olhares se cruzaram, e, sem entender, senti uma conexão mágica. Um calor tomou conta de mim. Meu corpo começou a se mover por vontade própria, enquanto a fragrância suave da mulher me invadia. A energia do ser em seu ventre me dominou.

Cheguei até ela, que se sentou em uma cadeira, acariciando a barriga inchada.

— Amor! O bebê está se mexendo como nunca! — disse ela, rindo para o marido, que rapidamente a confortou, pousando a mão sobre a barriga.

Fiquei ali, hipnotizado, até que, sem perceber, coloquei minha mão sobre a barriga dela. Uma onda de poder me atingiu.

— Meu ômega... — murmurei, sentindo a força daquela nova vida.

Uma voz suave ecoou dentro de mim: "Meu alfa." Sorri, sentindo meu coração se preencher.

Então, tudo mudou.

— BRUXAS! — O grito rasgou o ar, ensurdecedor.

Em milésimos de segundos, uma flecha atravessou minhas costas, a ponta de prata surgindo no meu peito. Caí, as pernas paralisadas, o sangue inundando minha garganta. A dor era insuportável. Ouvi o rugido furioso de meu pai, mas meus olhos estavam fixos em outra cena. Uma mulher de cabelos vermelhos, com um capuz negro, apareceu diante de mim.

— Salve as trevas, príncipe Magnus! As bruxas se lembram! — disse ela, antes de enfiar a adaga repetidamente no ventre da mulher grávida. O sangue jorrou, e a mãe do meu ômega gritou em agonia.

— NÃO!!! — gritei, mas minha voz foi abafada pela dor. Senti todos os ossos do meu corpo se partirem, e o mundo ao meu redor desabou.

— Sinta a dor que muitos sentiram! — disse a bruxa, antes de ter sua cabeça despedaçada pelo golpe de um lobo. O salão se transformou em um caos. Gritos, ordens, sangue. Civis eram pisoteados, mortos pelo pânico que tomou conta do castelo.

Me arrastei pelo chão, rastejando como um verme em direção ao corpo inerte de meu ômega. As lágrimas escorriam, misturando-se ao sangue que empapava o chão. Minha mão tocou a barriga da mulher, sentindo o líquido amniótico escorrer.

Ele estava morto. Meu ômega estava morto.

— Papai... mamãe... — chamei, como uma criança, meu corpo paralisado pelo horror. Eu tinha apenas oito anos, mas a dor me fez gritar como um homem quebrado. Tudo o que eu amava havia sido arrancado de mim.

No meio da batalha, vi generais lutando, enquanto uma explosão abalou o salão, desmoronando parte do castelo. A fumaça e o fogo se misturavam no ar. Dois amigos de meu pai tentavam me erguer, sustentando uma viga que os esmagava. Um deles sussurrou com lágrimas nos olhos:

— Cuide do meu menino...

Antes que a viga os matasse, fui puxado por uma mão forte. Olhei para minha mãe, que me arrastava pelos escombros. Seu braço estava decepado, parte de seu rosto mutilado, e sangue escorria de seu abdômen.

— Ele se foi, meu bem... Agora, você precisa vir... — disse ela, com a força de uma mãe desesperada.

Chegamos ao corredor, onde corpos espalhados e soldados lutavam entre si. Foi então que vi. O general de Javier, o homem que governava aquela região, perfurou o coração de minha mãe com uma espada.

— A Casa Javier manda lembranças, minha Lady. — Mas antes de morrer, minha mãe decapitou o traidor com um último gesto de poder.

Caí ao seu lado, em desespero.

— Por favor, deusa Lua, por favor... mamãe... — implorei, soluçando.

— Magnus... tenha coragem... — ela sussurrou. — As trevas... nunca... — e então, sua vida se esvaiu, partindo em minhas mãos.

O salão ao redor queimava, mas em meio à dor, algo despertou em mim. Um juramento silencioso, uma promessa de vingança. Levantei-me e, com toda a força que me restava, uivei para os céus, para que todos soubessem que o Imperador e a Imperatriz estavam mortos.

— Matem todos eles! — ordenei aos soldados, enquanto os sinos da capital tocavam em luto.

Continua... 

MEU ALFA É UM VIKING (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora