| Capítulo 17 |

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Point Of View: Sam Sarocha

Levantei cedo, já dando de cara com Lisa e seu puta mau humor. Nem dei bom dia, passei reto e fui preparar o café para mim e o leite com maçã e canela para o Ravi.

Preparei tudo e logo o garoto desceu as escadas com uma carinha ruim ainda, mas aparentava estar bem melhor do que nos outros dias. Ele passou pela Lisa sem dizer nada e ligou a tv, se sentou e ficou quieto lá.

— Mãe?

— Lembrou que eu existo, mocinho?

— Bom dia, amor da minha vida! – Ele falou rindo.

— Bom dia, querido.

— Vem ver tv comigo.

— Já vou, Ravi. – Continuei preparando as coisas sem falar com ela, que me olhava atentamente.

— Vai me ignorar até quando?

— Lisa, quero ficar na minha.

— Não podemos estar juntas assim, Sam. – Ela falou, vindo para perto de mim e eu desviei dela.

— Exatamente, meu bem. Não podemos ficar juntas assim! Infelizmente esse aparecimento da...

— Lá vem você com essa Mon novamente!

— Lisa, eu queria gostar de você como mulher, mas eu não consigo, meu bem. Acho que essa situação toda já se prolongou demais, e você também não me ama, isso virou um cabo de guerra.

— Sam, eu gosto de você.

— Também gosto de você, mas como amiga, querida. Infelizmente Mon é uma mulher presente em meus pensamentos e em meu coração, isso não quer dizer que eu vá voltar com ela, pois não perdoo mentiras, mas não posso continuar com você, Lisa.

— Obrigada pela sinceridade. – Ela sorriu. – Vou tomar um banho... – Ela saiu caminhando, era a primeira vez que ela não gritava nem esbravejava e acho que vi quando ela limpou uma lágrima. Isso me machucava, mas não era certo manter isso tudo, era melhor ficar solteira.

Peguei o meu café, o leite de Ravi e me sentei ao lado dele na sala. Fiquei fazendo carinho na cabeça dele enquanto ele assistia o jornal da manhã, como todos os dias e comecei a prestar atenção junto com ele.

"A manhã de hoje está cinzenta para uma das famílias mais influentes do condado. Após sofrerem um atentado em uma de suas empresas centrais, a família Armstrong foi vítima de outros atentados isolados. A informação que temos é que um dos irmãos Armstrong foi morto após ser alvo de dois criminosos que sequestraram Mon e Nop Armstrong. Não temos a informação de qual dos dois morreu, sabemos que um deles está no chão dentro do prédio, e o outro ainda é um refém vivo."

Naquele minuto meu coração ficou tão pequeno e minha cabeça começou a rodar. Ravi falava alguma coisa, mas eu não conseguia escutar.

Mon podia estar morta a essa altura, ela podia ter morrido e eu com minha infantilidade preferi mudar de país, cortar relações e nunca dar a chance dela se explicar. Agora eu não teria a chance nem de vê-la, de conviver, de quem sabe a ouvir e perdoar ela. Uma lágrima escorreu por meu rosto e Ravi me chacoalhou.

— Mãe, vamos ligar para Pohn Armstrong.

— Ravi...

— Mãe, pode ser o Nop, ela pode estar viva. Vamos ligar para Pohn.

— Ravi... – Era a única palavra que eu conseguia dizer. Levei a mão à boca, e me veio cada momento que passei ao lado dela em minha cabeça. Não pude evitar, as lágrimas vieram e eu as deixei cair, meu coração agora estava apertado.

Catfish | Monsam VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora