Capítulo 4 - Disfarce - Club Vivi (01)

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*Aviso: esse capitulo contém gatilhos de violência, uso de drogas ilícitas e consumo de bebidas alcoólicas.*

"Vou pedir pra Chayoung me dar essa peruca." Yukka falou olhando no pequeno espelho de mão. "Dessa vez acho que vou ser sincera e um pouquinho ousada! Essa personalidade cai bem com essa roupa."

Ela estava em pé na frente do Vivi Club, secretamente a terceira filial dos Workers, um dos quatro grupos, esperando que o tal garoto chegasse.

"Eu pareço... tão bonita." Ela estava usando uma peruca rosa pastel com franja levemente ondulada. Um cropped transpassado preto com um moletom rosa recortado que cobria apenas os braços e pescoço deixando uma parte da barriga definida e decote à mostra, uma mini saia de babados rosa pastel, uma meia preta semitransparente até o meio da coxa e um salto preto simples.

-E aí linda! -Um cara aleatório usando roupas em uma combinação gritante com marcas caríssimas se aproximou.

Yukka olhou envolta se perguntando com quem ele falou. O estranho passou o braço pelos ombros dela a fazendo arregalar os olhos. "Hein?"

-Você está sozinha? Não quer se juntar a mim e aos meus amigos? -Apontou o grupinho de pessoas de estilo extravagante que esperava na fila para entrar.

-Oh, desculpe. Eu estou esperando uma pessoa -falou com um sorriso simpático.

-Tá certo, mas se mudar de ideia encontra a gente lá dentro. -Ele foi embora acenando.

Ela voltou a se olhar no espelhinho.


"Maquiagem é coisa de louco... cobriu toda a minha cicatriz!" falou alisando a bochecha esquerda.

-Será que se eu usasse sempre eu poderia ser linda e delicada também... -Pensou vendo seus ombros largos para sua estrutura esticarem o moletom e os músculos finos, mas duros em sua barriga. -Mas maquiagem é cara demais pra ser usada diariamente... e eu tenho preguiça.

Ela olhou ao redor e viu que ainda não tinha tantas pessoas no clube. "Deve ser cedo... estou com fome. Vou arrumar alguma coisa pra comer."

Ela foi até a barraquinha de comida que havia na frente da entrada. Mas a pessoa que a atendeu não era o cara que ela viu ali mais cedo.

"V-Vasco?! Mas era um homem tailandês aqui antes." Pensou arregalando os olhos em choque.

Ele trabalhava somente com um avental exibindo suas tatuagens e peitoral. "Eu não me importaria de ter um ajudante assim na minha cozinha..." A garota ficou desconcertada com os próprios pensamentos. "Espera, o que ele faz aqui?"

Vasco notou a garota pequena parada na frente da barraca. Por um momento o sangue da garota gelou.

-Oi moça, o que vai querer? -Ele perguntou com um sorriso simpático.

-Ah, dois bolinhos de peixe. Eu to com muita fome. -Ela riu tentando disfarçar o nervosismo.

"Ele não me reconheceu." O lábio inferior dela se projetou em um beicinho. "Isso é bom, mas... sei lá, não to feliz com isso!"

Ela pegou o que queria e pagou a ele, mas não foi embora antes de soltar uma pérola.

-Eu não ganho um sorriso pra viagem? -Inclinou a cabeça e sorriu usando um pouco de seu charme feminino.

-Ah... -Vasco paralisou e suas bochechas ficaram vermelhas.

Olhou para a moça sorrindo para ele esperando. Engoliu em seco e repuxou os lábios em um sorriso trêmulo, parecido com um tipo de serial killer.

Alguns transeuntes fizeram careta e se afastaram amedrontados.

Yukka deu uma risadinha com a mão na boca.

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