Capítulo 2 - Sombra no Hostel

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Após deixar Yukka perto da casa dela, Chayoung foi embora para a sua própria. Sozinha em seu skate foi bem mais rápido do que com a amiga.

Ela entrou em casa e deixou os tênis perto da porta.

—Mãe! Eu to em casa! —Falou e prendeu a respiração por um momento sentindo o calafrio comum de quando a mãe demora para responder.

—Aqui querida! Em cima.

Ela suspirou aliviada, foi até a sala encontrando não só a sua mãe, como a senhora simpática que contratou tricotando uma ao lado da outra.

Deu as mãos pra sua mãe. Uma mulher frágil e doente de olhar triste. Era jovem, porém tinha vários fios grisalhos na cabeça. Sua mãe conseguiu abrir um sorriso leve para ela.

—A casa tá um brinco... senhora Park, eu te pago só pra ajudar a mamãe. Não precisa fazer isso —disse colocando a outra mão sobre a da senhora que estava sentada na outra cadeira.

A senhora tinha um olhar brilhante, porém o rosto de alguém cuja vida cobrou muito.

—Ah que nada, eu estou acostumada a trabalhar muito mais que isso. Não consigo ficar parada—ela disse rindo e a outra senhora deu uma risada curta.

—Eu sou muito grata senhora Park, não foi fácil achar alguém tão gentil pra nos ajudar.

—Como foi o seu primeiro dia filha? —Sunhee, a mãe de Chayoung perguntou em tom leve.

—Ah eu até que gostei. Tem umas pessoas divertidas lá... —Disse ela.

“Mas só entrei nessa escola e vim pra essa cidade por um motivo, que não é fazer amigos.” Pensou em meio ao sorriso ameno.

—Você encontrou o meu Hyungseok? Ele também estuda nesse colégio. —A senhora Park perguntou com um sorriso que aqueceu o coração das outras duas.

—Não o vi. Ele deve ser de outro departamento... —Falou pensativa.

—O Hyungseok é um bom garoto. Ele me manda dinheiro e ainda me compra roupas e me leva pra tomar café... Se você precisar de ajuda pra alguma coisa, pode falar com ele —Ela falou com um olhar leve e um sorriso que gritava amor puro.

Chayoung mordeu os lábios e olhou para o rosto abatido de sua pobre mãe. O olhar dela estava perdido e suas mãos tremeram levemente.

—Eu vou sim. Mas agora vou tomar um banho pra ir treinar. —Cortou tentando continuar gentil com a mulher.

Chayoung abaixou, segurou as mãos de sua mãe e beijou as duas palmas.

—Não se preocupe mãe. Eu vou resolver as coisas. Prometo.

Sunhee sorriu fracamente de volta para ela.

A garota se levantou.

—Não trabalhe demais Senhora Park. E não deixe minha mãe esquecer dos remédios dela.

Quando entrou em seu quarto, desabou. Sentou no chão em posição fetal e se permitiu suspirar de cansaço.

Após alguns minutos ela se levantou.

“Está na hora de agir”.

(...)

—Yena você está cada dia mais parecida com sua mãe... —Serim disse observando a pequena sobrinha dormir.

Tinha muitas coisas pra fazer no prédio, mas estava ali olhando a filha de sua melhor amiga dormir.

Estar com a criança trazia felicidade, mas também aquela pontinha de culpa que sempre estaria ali.

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