Capítulo 8 - Veneno Suave

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Chayoung andava de um lado para o outro inquieta, usando de toda sua coordenação para não esbarrar em Soyeon que rodopiava e dançava aleatoriamente pelo cômodo.

  —Fico feliz que a Himiko e a Hana-san estão bem —Chayoung disse ainda inquieta para Yukka que estava arrumando algumas coisas em seu novo quarto. —A Himi-chan me ameaçou de novo, não é?

  Yukka riu abrindo uma mala e colocando suas roupas em um cabideiro.

  —Ah sim, vocês ainda tem essa coisa de rivais. Ela disse que está ficando mais forte. Talvez ela te desafie quando voltar.

  —Talvez eu aceite. Sabe, só pra calar a boca daquela pirralha —Chayoung respondeu com arrogância.

  —Eu prefiro que vocês duas se abracem como amigas normais. Isso me faria feliz. —Yukka se levantou, saindo do quarto.

  —Só que nós não somos normais —Chayoung respondeu vendo a amiga descer em quanto voltou a caminhar de um lado para o outro. —Hesitar é uma porcaria... prefiro planos menos diretos, mas que nos garantam a vitória.

  Ela começou a morder o canto das unhas.

  “O Hajime ficaria horrorizado de me ver ansiosa assim. Diria que um ninja não pode ter medo de confrontar um oponente. Mas se fosse só uma luta, eu estaria tranquila. Preciso é fazer um acordo com alguém bem mais esperto e desconfiado do que o Eunhan.”

  —Se juntar poder, sombra e veneno, temos... uma combinação mortal! —Soyeon riu consigo mesma. —Vamos arrasar Chayoung!

  —Soyeon está certa! Nós três somos mais do que o suficiente para negociar com eles... —Yukka apareceu com uma bandeja de biscoitos. —E precisamos fazer isso agora que o senhor Hong quer a gente fora de perigo.

  —Sim... aquele garoto tinha que aparecer para atrapalhar tudo! O chefe quer a gente fora disso só porque o Park Hyungseok se intrometeu nessa briga —Chayoung bufou frustrada. —Estamos sem muitas opções.

  —Quer que eu chame o Taeoh e os outros pra aumentar nossos números? —Soyeon perguntou.

  Chayoung parou de mastigar o canto das unhas e negou com a cabeça.

  —Não podemos parecer uma ameaça... a Julie disse que a primeira impressão é muito importante nesse caso.

  Ela caiu sentada no sofá pequeno.

  Yukka pegou um biscoito e deixou a bandeja de lado, se sentando ao lado de Chayoung.

  —Você realmente não fica confortável fora das sombras né? —Ela entregou estendeu o biscoito para a amiga.

  Chayoung suspirou pegando o biscoito. “Ela fez os meus preferidos.”

  —Na verdade não. Dar a cara a tapa não é nem de longe o meu método favorito...

  —Liga pra Julie! Ela vai nos ajudar com certeza... —Soyeon disse com as bochechas enormes, a boca cheia de biscoitos.

  —Não, eu já usei muito do tempo dela pedindo conselhos. Ela está trabalhando demais —Chayoung respondeu olhando para cima. —Eu nunca quis que todo mundo se envolvesse nisso.

  —Não vou deixar minha melhor amiga fazer tudo sozinha —Yukka disse inflando as bochechas, indignada.

  —Você é uma de nós! —Soyeon falou levando a perna para um chute fraco que Chayoung, que a bloqueou com extrema facilidade.

  Ela se lembrou de uma conversa que teve com Julie em um café há dois dias.

  —O segredo é fazer com que eles subestimem você. Faça as coisas do jeito mais aleatório possível no começo. Aparente ser alguém inofensiva. Se ninguém achar que você é uma inimiga, não vão te tratar como uma.

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