Capítulo 15 - Sobre Lealdade - Workers Terceira Filial (04)

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  A postura relaxada do rapaz não fez Chayoung e nem Yukka baixarem a guarda.

  Seo Seongeun segurava o elevador com o pé, nas mãos estava um guarda-chuva e uma bebida. Ele lançou um olhar de interesse para as duas garotas e deu um sorriso quase simpático.

  — Eu ouvi que o hotel estava com problemas na segurança. Não era para os hóspedes ficarem em seus quartos? Ou será que eu me enganei? —ele se perguntou girando um guarda-chuva com uma cara de paisagem.

  Era óbvio que as duas não eram hóspedes. Chayoung usava uma máscara preta cobrindo nariz e boca.  A blusa de Yukka tinha um corte pequeno que sangrava, sua meia-calça estava muito rasgada, literalmente por um fio; a maquiagem, mesmo resistente a água, ainda derreteu um bocado na região dos olhos.

  “Se esse cara tentar fazer alguma coisa para nos impedir...” Chayoung afastou as pernas, tomando algum impulso.

  — Eu fui convidada pela Presidente Vivi —Yukka disse ao rapaz sem demonstrar medo nem hesitação.

  — É mesmo? Que interessante... —ele a olhou de cima a baixo com uma expressão contraditória, algo entre o tédio a diversão.

  Estranho.

  — E a sua amiguinha? —ele perguntou olhando para Chayoung por um tempo bem maior. —Ela também foi convidada?

  — Ela está me acompanhando. Uma garota precisa de proteção —Yukka colocou as mãos para trás e começou a balançar uma das pernas casualmente. —Mas e você, moço? Quem é você?

  Se ele era bom em fingir, ela era ainda mais.

   “Yukka, confio em você.” Chayoung repetiu aquilo para si mesma como um mantra para se impedir de fazer uma besteira.

  — Eu estou aqui a negócios. Sou Seo Seongeun. E você? Ah, pensando bem... —ele levantou o indicador e pareceu pensar sobre aquilo. —Eu conheço você.

  Discretamente, Chayoung tirou uma agulha cumprida do cinto. Mapeou mentalmente os pontos onde deveria atingir.

  O corpo dela estava rígido de tensão.
Sua amiga não estava do mesmo jeito, mas Chayoung sabia que Yukka podia entrar no “modo briga” em menos de um segundo se fosse preciso.

  O trio ficou em um silêncio sepulcral.

  — Ah, eu me lembrei! —ele riu de lado. —Você é a Princess Yukka, influenciadora de culinária!

  Chayoung piscou aturdida, mas Yukka agiu com naturalidade.

  —Isso mesmo! Você é um seguidor ou já viu alguma receita minha? —ela deu um sorriso doce.

  —Oh, não, não. Eu... —ele tirou um cartão do bolso do terno caro. —Trabalho com isso. Se precisar de uma agência, entre em contato.

  Yukka, surpresa, pegou o cartão e agradeceu como se estivesse feliz pela proposta.

  —Obrigada! Eu conheço alguns Newtubers dessa agência!

  —Por nada. Seria um prazer trabalhar com vocês —ele incluiu Chayoung na frase e novamente a percorreu com o olhar. —Agora, se me derem licença, eu vou subir.

  —Sim, claro.

  As duas deixaram o elevador e quando Seongeun passou por Chayoung, ele tocou a mão que ela segurava a agulha.

  —Você deve ser forte, se conseguiu chegar aqui... —ele sorriu de lado. —Se nos encontrarmos outra vez, gostaria de saber se você conseguiria me divertir.

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