2° versão de um casal de delinquentes, modificada, atualizada e revisada - 2024
"Assuntos não resolvidos sempre voltam."
Há algo que eu nunca acreditei: superstições. Estava tudo escrito para acontecer? Karma? Efeito borboleta? Fio vermelho? Mas, qu...
Revisado ★ Queria por um momento Conseguir adormecer Sem antes me torturar Com milhares de pensamentos.
– Pedro Miranda
. . . . . . . . » Kingston – Canadá « • 30 de janeiro de 2023 • | 4:20 AM |
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O CALOR SUFOCANTE, INSUPORTÁVEL. Os gritos agoniantes e carregados de desespero da minha mãe ecoavam em meu quarto, enquanto minhas coisas queimavam, e a casa se transformava em um inferno de chamas, devorando tudo à sua passagem.
"Sarah, corra! SARAH, CORRA!" As palavras dela ecoaram, sua voz cortante, falha e aguda, fizeram aquilo ser mais pior do que já era, eram horríveis de escutar, completamente evidente que aquilo estava à torturando e consequentemente me levando ao fundo do poço junto.
"Garota, salve-se! A CASA VAI DESABAR."
"Eu te amo, filha..."
Essas foram as últimas palavras que ouvi antes que uma das vigas do telhado caísse sobre ela, encerrando sua vida e sua dor para toda a miserável e maldita eternidade. Antes disso, o guarda-roupa já havia tombado, prendendo-a da cintura para baixo. Não havia como ela escapar. E então, quando aquela viga finalmente cedeu...
O ar me faltou, um nó se fez em minha garganta seca. Caí de joelhos contra o chão, minhas mãos arranhando meu pescoço, como se pudesse libertar o ar que me escapava. Imóvel, em choque, assisti a tudo desmoronar.
Era minha culpa...
Maldito pesadelo, uma maldição que me assombrava.Tentei me bater, acordar desse tormento, mas nada funcionava.
As palavras da minha mãe ainda ecoavam, mesmo sob os escombros. Fantasma maldito. Incêndio maldito. Colar maldito. Garota maldita.
Eu me culpava por não ter sido corajosa o suficiente, por não ter salvado a única pessoa que realmente importava. E agora, enquanto o fogo consumia tudo, eu me afogava na escuridão da minha própria culpa enquanto era arrastada lentamente para as profundezas do meu pequeno e particular, inferno pessoal.
— Acorde, Sarah! Volte à realidade! Nada disso é real! — Berrei com voz trêmula, sentindo que a morte me rondava.
O ar faltou por completo. Minha visão turvou, o mundo girou, e então o fogo consumiu tudo. A casa desabou sobre mim.
Acordei em um sobressalto, o quarto ainda escuro. Minhas mãos tremiam, o corpo suado, e o cheiro de fumaça ainda estava presente. A realidade e o pesadelo se misturavam, e eu me perguntava se algum dia encontraria paz.
Olhei para minhas mãos e vi o sangue sob as unhas, arregalei os olhos ao perceber. Aquela mania não desapareceu completamente. Acendi a luz e corri até o espelho no meu quarto.
