Altas horas da madrugada, e como de costume, lá estava Soobin deitado na cama com seu celular em suas mãos.
No quarto havia apenas sua ilustre presença, uma luz ambiente e também o barulho do vento motivado pelo ar-condicionado. Por mais que o barulho fosse persistente, estava ocupado.
Ele não via vídeos como costumava fazer, na realidade, dessa vez estava ocupado tomando coragem para ler a nova obra de KH, ainda com intenção de tentar encontrar algo novo por trás do texto.
— Vamos lá. — suspirou fundo, pronto para ler.
"Terça feira, dia doze de janeiro.
Sentado sobre uma cadeira nem um pouco aconchegante de nosso quarto, eu o via dormindo entre os travesseiros e a cama bagunçada.
Eram seus cabelos negros destacando a roupa de cama branca e suas costas descobertas sendo iluminadas pela claridade que vinha da janela e invadia o quarto.
Ele dormia debruçado nos travesseiros, porém ainda conseguia ver seu rosto anestesiado pelo sono. Me questionava sobre o que ele estava sonhando ou se podia estar sonhando, de todo modo, ele dormia tranquilo e sossegado.
Não conseguia tirar meus olhos daquela sua paz e refletia o quão belo o meu amor era.
Ele era tão lindo que me doía inteiro, me inundava em uma dor assustadora com a ideia de perdê-lo, seja da minha memória ou simplesmente da minha vida.
O meu amor por ele deveria ultrapassar esferas e milênios. Deveria ser maior do que qualquer coisa no mundo, mais profundo que todas as camadas do oceano.
Aquela cena a frente de meus olhos dele dormindo era a prova viva que eu tinha ao meu lado a mais bela criatura de Deus.
Ele era algo sobrenatural, não deveria ter sido feito do mesmo barro que eu ou qualquer outro mero ser vivo.
Ele era o homem mais lindo do mundo e eu não dizia isso por ser o meu grande amor, mas porque aquela sua beleza era uma raridade. Ele era como uma pedra preciosa.
Eu peguei a nossa câmera polaroid deixada largada no cômodo do quarto. A mirei nele e naquela linda imagem diante a câmera.
— Você é a coisa mais linda que o sol já beijou. — sussurrei para mim mesmo, apertando o botão daquela câmera e fotografando seu corpo jogado na cama."
Os olhos de Soobin se encheram de lágrimas no instante que terminasse o parágrafo, mas ele ainda tentou se alertar nas palavras escritas.
Não era como se estivesse triste por aquela obra recém publicada, mas porque as palavras eram tão bem encaixadas que o deixavam sensível.
Nesses minutos, Soobin voltava a olhar para longe de seu quarto e pensar o quanto se sentia sozinho, porque no fundo ele queria mais que tudo ser amado de verdade, chegava a suplicar a Deus.
Não se sentia admirado por quem desejava, bom, ele deveria pensar que sequer tenha sido desejado por alguém.
Ele descobriu que gostava de garotos aos seus quinze anos e tudo sempre pareceu tão errado que se surpreendeu, porque embora fosse um choque, ele não surtou.
Quando percebeu, se sentiu tão sujo e errado que preferiu guardar para si mesmo, pois via aquele sentimento como um pecado.
Mesmo que soubesse que não fosse um erro, ele se via tal como um.
Soobin nunca teve coragem de tentar se aproximar de alguém com alguma segunda intenção, nem mesmo as garotos bonitos do bairro que algumas vezes deveriam ter dado em cima dele. Não experimentou nada da vida. Sequer tentou.
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imagine if | sookai
FanfictionSoobin nunca foi bom em números e no auge do segundo ano precisa fazer uma prova de recuperação. Hueningkai por outro lado era bom até demais em cálculo, era um dos alunos destaque na área de exatas da escola e por isso foi escalado para dar aulas d...