Uma noite impensada foi o necessário para que a vida de Bárbara Baldwin e Victor Miller virasse completamente de ponta-cabeça. As duas figuras, que não conheciam nada um sobre o outro e, muito menos, sobre a vida paternal, são obrigados a unir força...
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Bárbara Baldwin — Ponto de vista Londres, Reino unido
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Eu precisava urgentemente controlar a minha tara no Victor.
Cada dia que passava era mais difícil estar perto dele e não reparar em outro detalhe que o tornava absurdamente gostoso. Não faço ideia se ele sempre foi assim ou se tudo isso é apenas um outro efeito da minha explosão de hormônios, mas era indecente que, enquanto estamos almoçando com os meus pais, eu só consiga pensar no quanto quero que ele fique pelado.
Além disso, Zayn tem sido extremamente paciente comigo desde que começamos a sair, mas sinto que ele desconfia de algo. Afinal, Victor não é nem um pouco desagradável aos olhos, e nenhum homem fica à vontade em saber que a garota que gosta mora com alguém assim. Nessa manhã, quando o moreno me ligou diversas vezes e meu companheiro de apartamento teve que convencer-me de atendê-lo, ficou evidente seu incômodo por ser informado que eu passaria o dia com Victor e meus pais, apesar de suas palavras terem sido compreensivas.
Eu só esperava que, quando resolvesse dar o voto de confiança à Zayn, sentisse por ele pelo menos um terço da atração sexual que está me corroendo por Victor desde a noite do chuveiro.
— Bárbara!
Pisquei diversas vezes com o susto por ter sido tirada de meus devaneios. Não havia notado que meus olhos estavam presos na figura do topetudo ao passo que ele saboreava um macarrão carbonara. Com o cenho franzido e a cabeça tombada para o lado, seu rosto não poderia ser mais beijável.
— Você prestou atenção em alguma coisa que eu te disse? — perguntou ele, querendo rir.
— Não — confessei, dando de ombros e voltando a comer.
Minha distração evidente pareceu ser um bom tópico para quebrar o clima terrível que invadia a mesa. Emma e Theo não sabiam, mas Victor escutara nossa pequena discussão a respeito do mesmo, e me admirava que conseguisse estar sentado enquanto dividia uma refeição com aqueles canalhas.
— Ela é assim mesmo — minha mãe chiou, com um sorriso forçado. — Tem audição seletiva.
— Audição seletiva? — Victor questionou, ainda mais confuso.
— Só ouve o que convém — meu pai completou, enfiando mais um pedaço de lasanha na boca.
Rolei os olhos dramaticamente, fazendo o topetudo diante de mim quase engasgar com a comida para não dar risada. Ele estava dando tudo de si para não reforçar a imagem que meus pais tinham da sua pessoa, e eu não sabia se isso era admirável ou estúpido.
