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Bárbara Baldwin — Ponto de vistaLondres, Reino unido

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Bárbara BaldwinPonto de vista
Londres, Reino unido

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Sentada em uma cadeira de balanço, minhas mãos se moviam graciosamente sobre a imensa coisa redonda que agora eu chamava de barriga. Um sorriso quase rasgava meu rosto toda vez que algo se movia ali dentro, sinalizando a saúde do meu bebê, e uma canção tranquila saía de meus lábios.

O quarto infantil havia sido perfeitamente decorado, e cada detalhe parecia me agradar. Estava tudo tranquilo demais, até que senti uma presença ao meu lado e, ao virar o rosto, um desespero me atingiu em cheio.

A atmosfera do quarto mudou drasticamente com o meu pavor.

Aquele corpo robusto e conhecido estava ali, movendo-se de modo imperceptível ao respirar calmamente em meu cangote, como um animal selvagem que aguarda pacientemente pelo momento de abocanhar sua presa. Um calafrio surgiu no fim de minha espinha e subiu, até chegar ao meu rosto e causar um tremor em meus lábios.

— O que está fazendo, Bárbara? — soprou o homem em meu ouvido, e mesmo sem fitar sua face pude sentir que estava sorrindo maliciosamente. — Cantando para o nosso filho?

Com um medo que parecia dominar cada terminação nervosa do meu corpo, as palavras se formaram com dificuldade na ponta de minha língua, e gaguejei miseravelmente ao passo que o respondia:

— Ele não é seu filho.

De repente, o sujeito sumiu, trazendo um vazio para o espaço que antes preenchia. Contudo, não tive tempo de mostrar meu alívio, pois rapidamente seu corpo reapareceu diante de mim, e um ardor familiar envolveu minha face quando sua mão firme a atingiu. Lágrimas quentes caíram de minhas orbes, apenas gerando mais dor onde fui ferida.

Minhas pernas pareciam ter sido privadas da habilidade de se mover, e eu não fazia nada além de envolver minha barriga em um ato instintivo de proteção.

Seus dedos ásperos apertaram as maçãs de meu rosto, comprimindo os lábios de forma que não poderia dizer algo mesmo que desejasse. Minha garganta se fechou no instante que o homem se inclinou para baixo, colocando seus frios olhos azuis na altura dos meus chorosos castanhos.

Naquelas íris opacas eu via minha morte.

— Eu sou dono de tudo que você pensa ter — sua voz cava e lúgubre sussurrou contra minha pele gelada, e seu hálito machucou minhas fossas nasais. — Você não tem nada. Você não é nada.

De repente paisOnde histórias criam vida. Descubra agora