𝘊𝘢𝘱í𝘵𝘶𝘭𝘰 1 - 𝘛𝘢𝘺𝘭𝘰𝘳 𝘚𝘸𝘪𝘧𝘵 𝘮𝘦 𝘢𝘷𝘪𝘴𝘰𝘶 𝘲𝘶𝘦 𝘷𝘰𝘤ê 𝘦𝘳𝘢 𝘴𝘪𝘯ô𝘯𝘪𝘮𝘰 𝘥𝘦 𝘱𝘳𝘰𝘣𝘭𝘦𝘮𝘢

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𝐀𝐅𝐑𝐎𝐃𝐈𝐓𝐄 𝐐𝐔𝐄𝐑𝐈𝐀 𝐌𝐀𝐓𝐀𝐑 𝐀𝐏𝐎𝐋𝐋𝐎, mas isso não era novidade havia muito tempo. Milênios, talvez? A Deusa não saberia dizer, pois já havia perdido a conta de quantas vezes as palavras já haviam saído de sua boca ou povoado seus pensamentos. A diferença, no entanto, era que dessa vez, as palavras eram verídicas.

Tudo aconteceu mais rápido do que sua percepção divina conseguiu acompanhar: Apolo a convenceu de se juntar a ele em uma agitada bote mortal em Nova York e, depois de umas poucas horas no local, ambos os Deuses presenciaram o exato momento em que o estabelecimento começou a lotar, facilmente se assemelhando a um formigueiro humano. Não que eles soubessem como um se parecia ao vivo e a cores, claro. Afinal de contas, divindades não se espremeriam em um metrô em horário de pique apenas pela experiência, por exemplo.

Afrodite e Apolo estavam conversando no bar, um pouco afastados do tumulto, quando o início de uma música fez a plateia aplaudir e gritar a plenos pulmões. Como Deus da música, o loiro não tardou a reconhecer os primeiros acordes de uma música agitada e a canta-la com eloquência. Afrodite sorriu para a cena, rindo quando ele começou a dançar ao ritmo da música sem sair do banquinho do bar.

— O que você quer dizer com "não pretendo aproveitar a noite dessa forma"? — Questionou o loiro e a deusa bebeu um pouco do drink antes de responder.

— Não pretendo gerar mais semideuses por agora, nem mesmo por descuido. Além do mais, amanhã é meu dia de visita aos meus filhos. — Disse com um belo sorriso.

Após a promessa dos Deuses de tratarem seus filhos com mais respeito, Afrodite foi uma das Deusas que aproveitou a oportunidade ao pé da letra e estreitou os laços com suas crianças de uma maneira nunca antes vistas no Olimpo. Os resultados foram rápidos: a lealdade deles para com a mãe divina aumentou de forma surpreendente e serviu como a faísca que seu chalé precisava para passar por uma verdadeira revolução.
A Deusa sempre sorria quando se lembrava que suas proles já não eram mais motivo de piada no Acampamento Meio-Sangue.

Apollo a olhou, intrigado com a seriedade de suas palavras. Ele próprio também estava mais próximos de seus filhos, mas nada como a Deusa a sua frente. Afrodite se apresentava aos campistas como uma verdadeira mãe, de modo que os outros chalés se perguntavam se seus pais se comportariam daquela forma algum dia.

— Quem diria que você ficaria tão empolgada com esse tipo de responsabilidade! — Bradou Apollo, soltando um riso que foi acompanhado pelo dela como uma resposta divertida. Entretanto, sua expressão tornou-se séria e profunda de forma atípica ao encara-lo, como se o desafiasse a rebater o que seria dito em seguida.

— Eu sou a Deusa do amor, Apollo. Realmente acreditou que eu não amava meus próprios filhos? — Afrodite ficou em silêncio e esperou que o loiro processasse o que fora dito.

O Deus do Sol ficou em silêncio por quase um minuto inteiro — o que não acontecia com frequência — antes de suspirar e responder.

— Depois de minhas provações como mortal e de perder um grande semideus a quem chamei de amigo, entendo ao menos em parte o que você quer dizer. Eu também perdi a maior parte da vida dos meus filhos que estão no acampamento, mas tenho achado a tarefa mais difícil do que previ inicialmente.

Apollo não era conhecido por falar de seus problemas, preferindo apenas narrar suas grandes ideias para resolvê-los, mas lá estava ele, um um raro momento de introspecção, contando o que pensava para sua colega olimpiana. Afrodite assentiu, pensativa.

— O início foi difícil para mim também, principalmente porque Zeus ainda não havia permitido um contato mais prolongado...

Ela se interrompeu, tentando organizar seus pensamentos. Mas ele foi mais rápido em perceber o que precisava ser dito.

𝙄 𝙠𝙣𝙚𝙬 𝙮𝙤𝙪 𝙬𝙚𝙧𝙚 𝙩𝙧𝙤𝙪𝙗𝙡𝙚 • 𝙋𝙅𝙊Onde histórias criam vida. Descubra agora