𝘊𝘢𝘱í𝘵𝘶𝘭𝘰 6 - 𝘚𝘰𝘣𝘳𝘦𝘷𝘪𝘷𝘦𝘳 𝘴𝘰𝘻𝘪𝘯𝘩𝘰𝘴

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O Olimpo não soube como reagir quando Afrodite convocou uma reunião às pressas para contar o mal que havia recaído sobre sua Prometida. Todos os olimpianos ouviram com atenção toda a história desde o primeiro encontro até o atentado que tirou a vida da importante mulher humana. Ao término do relato, um silêncio pesado recaiu sobre sobre os doze imortais ali presentes.

Zeus se encostou em seu trono sem dizer uma única palavra, o que definitivamente não era de seu feitio. Hera a encarou com os olhos lacrimejando. Afinal, Imra havia sido sua devota desde a tenra idade e a Deusa da família sabia da profunda vontade dela de, um dia, ter uma família para si. Ela sentia e compartilhava da dor da loira. Apollo estava sério. Tão sério, que sua irmã gêmea, Ártemis, não conseguiu esconder a preocupação que a afligia.

A Prometida de uma Deusa havia sido assassinada. Eles sabiam que esse tipo de fatalidade era comum no mundo humano, entretanto, nem mesmo isso apagava o fato de que o autor do crime iria pagar de acordo com a punição escolhida pela Deusa do amor.

— Nós não sabemos se o assassino é humano ou não. Como pretende aplicar sua punição, Afrodite? — Athena perguntou, com tom de voz sério e típico. A Deusa da sabedoria estava profundamente incomodada com o ocorrido, mas conseguia esconder seus sentimentos um pouco melhor do que alguns de seus colegas.

Afrodite, deu de ombros de maneira rígida enquanto uma das mãos estava protetoramente pousada em seu ventre, o que não passou despercebido.

— Pouco importa. O responsável irá pagar com a própria vida, seja ele imortal ou não — respondeu, com uma ameaça tão explícita e tanta raiva brilhando em seus olhos que assustou alguns dos presentes, que não eram acostumados a ver aquele lado da Deusa.

A Deusa da sabedoria apenas assentiu, enquanto pensava em uma maneira de resolver o mistério que cercava a identidade do culpado.

— O que pretende fazer após o nascimento da criança? — indagou Ártemis, atraindo a atenção dos demais, que até o momento não tinham percebido a gravidez.

Afrodite acariciou o ventre, aproveitando a sensação de estar gerando um filho depois de alguns anos.

— A criança vai ficar comigo até que possa ir para o Acampamento Meio-Sangue, caso eu assim decida. — afirmou convicta. Afrodite sabia que estava desafiando uma das leis de Zeus, entretanto, essa mesma lei já se mostrara falha em mais de uma ocasião e ela mesma já não a respeitava havia muito tempo.

Na verdade, a lei era agora algo simplesmente facultativo, ou seja, os Deuses escolhiam se a respeitariam ou não.

Zeus abriu a boca para contestar, mas se calou quando percebeu o intenso brilho dourado que cobria completamente os olhos da Deusa. Hera tocou suavemente em seu braço e ele se voltou para a esposa.

— Goste ou não, a criança é fruto do relacionamento dela com a Prometida. Você não pode interferir em nenhuma decisão que diga respeito a esse meio-sangue, Zeus... a não ser que queria sofrer uma retaliação válida por parte dela.

O Rei dos Deuses não estava acostumado a ver sua esposa concordar ou defender a antiga rival, mas sabia que ela estava certa. A Criadora havia sido clara quando deixou acordado que nenhum imortal se intrometia com as questões referentes do prometido de outro em qualquer que fosse a instância. Ele estava simplesmente de mãos atadas.

— Está decidido, então. Você será a única responsável pelo destino da criança ainda não nascida — concedeu, pois entendia a gravidade da situação e a necessidade de manter todos unidos.

— Acha mesmo que essa é a melhor decisão? A criança ainda é uma semideusa que vai precisar aprender a agir como tal, e sinceramente, eu duvido que isso seja possível caso more conosco no Olimpo.

𝙄 𝙠𝙣𝙚𝙬 𝙮𝙤𝙪 𝙬𝙚𝙧𝙚 𝙩𝙧𝙤𝙪𝙗𝙡𝙚 • 𝙋𝙅𝙊Onde histórias criam vida. Descubra agora