𝘊𝘢𝘱í𝘵𝘶𝘭𝘰 5 - 𝘖 𝘣𝘦𝘭𝘰 𝘢𝘭𝘵𝘢𝘳 𝘦 𝘢 𝘮𝘦𝘯𝘴𝘢𝘨𝘦𝘮 𝘴𝘪𝘯𝘪𝘴𝘵𝘳𝘢

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𝘿𝙞𝙩𝙤 𝙚 𝙛𝙚𝙞𝙩𝙤. Quando Afrodite apareceu usando um vestido típico e os cabelos loiros perfeitamente arrumados no antigo estilo grego, Imra sabia que a Deusa pretendia lhe dar uma noite divertida porque sabia que seria a sua última. Engoliu em seco ao perceber algo importante naquele momento: a mulher a sua frente não era sua amante — a sua Dite— Ah, não! A sua frente estava Afrodite, uma divindade que poderia exterminar sua existência da face da Terra com apenas um estalar de dedos.

Aquela mulher, aquela divindade, à sua frente, estava em sua forma mais divina possível — que conseguia ser tolerada por um mortal sem causar danos... ao menos não danos físicos — e ela reconhecia a exigência de ser adorada. Entretanto, Afrodite não permitiu que ela se ajoelhasse a segurou em seu pescoço com pouca força, obrigando-a a lhe encarar.

Você não vai se ajoelhar. — Algo em seu tom fez um arrepio profundo se espalhar pelo corpo de Imra.

A humana engoliu em seco ao perceber que os olhos dela estavam completamente dourados.

— O que... está acontecendo com você? — perguntou com voz trêmula.

Ela jamais havia visto Afrodite daquela forma e não sabia o que esperar dela.

— Digamos que um de meus colegas olimpianos descobriu algo interessante sobre nossa relação e compartilhou suas suspeitas comigo enquanto estive no Olimpo.

A Deusa manteve seu aperto firme, mas seu olhar era curiosamente doce. Imra tremia da cabeça aos pés. A imortal a avaliou precisamente.

— Que seria? — perguntou em um sussurro. A Deusa soltou uma risada baixa.

— Calma, meu amor. Tudo a seu tempo. — A resposta foi seguida de um beijo no canto de sua boca.

Era a primeira vez que ela a presenciava com um terço de sua glória divina, mas já sabia que nenhuma outra visão de compararia a que estava tendo. Sentiu o coração errar uma batida ao ouvir o apelido e não conseguiu esconder seu rubor, o que a Deusa achava adorável. Mas não havia tempo para nada que não fosse o que ela estava prestes a fazer.

Afrodite segurou forte em seu queixo, e os olhos de Imra brilharam como ouro líquido. A confirmação é exatamente como Apollo disse que seria. Como não percebi antes do que se tratava? A humana estava, em parte, estranhando o comportamento da imortal. Geralmente, a Deusa era extremamente carinhosa, fazia questão de demonstrar que a queria bem e também era mais atenciosa do que qualquer outra pessoa que a morena conhecesse. Mas naquele momento, e Imra se sentia do mesmo modo, algo novo estava se formando — ou, melhor, se solidificando, entre elas — e as unindo como nenhum outro acontecimento.

Ao fundo, ambas conseguiram ouvir uma voz antiga sussurrando em uma língua antiga que ambas conheciam muito bem.

Todos os que duvidaram, devem, agora, estar mortos, nesta Nova Era. Aqueles que lutarem contra vocês, irão conhecer a miséria e o sofrimento porque o que Eu fiz, não pode ser desfeito por mais ninguém que não Eu mesma. Eu sou quem vive para sempre. Vivam sabiamente. Lutem lado a lado. Que ambas sejam Imortais em tempo devido.

Um halo de luz dourada as envolveu e, clareando toda a sala em que se encontravam. Nenhuma delas sabia quem havia murmurado as palavras — que poderiam ser tanto uma benção quanto uma maldição — e não estavam sequer perto de compreender o real significado por trás delas... ao menos não por enquanto. Entretanto, havia uma enorme sensação de paz e de que tudo já havia se acertado.

Imra abriu os olhos, apesar de não se lembrar ao certo quando os fechou, e percebeu que a Deusa a encarava atentamente, como se estivesse à espera de uma reação.

𝙄 𝙠𝙣𝙚𝙬 𝙮𝙤𝙪 𝙬𝙚𝙧𝙚 𝙩𝙧𝙤𝙪𝙗𝙡𝙚 • 𝙋𝙅𝙊Onde histórias criam vida. Descubra agora