Era difícil de engolir que sua casa tinha se tornado o covil de Lord Voldemort. O lugar que um dia tinha memórias especiais de sua família era manchada por cada risada daqueles homens e a cada grito das vítimas. Ver Nagini deslizando por toda casa trocando de pele fazia seu estômago embrulhar. Nunca pensou que um dia poderia chegar a querer se separar, no entanto, nunca imaginou que Lucius poderia ter causado o ápice da destruição da sua família.Narcisa havia crescido em um lar com pensamentos limitantes que admitia para si mesma que chegou a compartilhar. Contudo, nunca desejou uma guerra, nunca desejou que houvesse uma luta onde seu filho fosse obrigado a participar, observando todo aquele caos desejou que tudo fosse diferente, poderia engolir o preconceito já existente, poderia até tentar mudar de pensamento apenas se Draco pudesse ter uma vida pacífica.
Em algum momento desejou que Lucius tivesse morrido quando foi capturado, talvez se isso tivesse acontecido seu futuro com o do seu filho poderia ter um rumo diferente, pois a única pessoa que realmente importava era Draco, contradizendo uma característica da sonserina, ela morreria por seu filho.
Assim que pisou seus pés no chão da sala de estar, ignorou uma mulher trouxa vomitando no canto após ser torturada. Tentava manter sua expressão passível para que Voldemort não detectasse nenhum de seus pensamentos, como uma ótima oclumente, conseguia deixá-lo de fora e mesmo que Voldemort não falasse, ele se irritava com isso. E era por saber que tinha sucesso em saber abaixar e levantar as barreiras de sua mente que treinava Draco às escondidas ao mesmo tempo que sua irmã treinava ele com legilimência. Não deixaria a mente do seu filho desprotegida diante daquele ser monstruoso.
— Devo perguntar o que aconteceu?
Narcisa sentiu o fedor de Greyback quando ele passou ao seu lado soltando uma risada que embrulhou seu estômago. Os lobisomens eram tão horríveis quanto os comensais da morte, ainda se assombrava com o fato de vê-lo morder uma trouxa até ela morrer após ser tão marcada pelas garras e dentes daquele homem, e Fenrir parecia amar saborear os gritos desesperados.
— Lord… — Fenrir se curvou por alguns segundos antes de continuar. — Não, tudo foi de acordo com o plano, o pequeno Malfoy observou o armário e saberá como cuidar daquele dentro de Hogwarts.
Lord Voldemort deslizou suas mãos esqueléticas por Nagini que enrolou em seu braço parando a cabeça em seu ombro. Narcisa não conseguia olhá-lo por muito tempo, pois cada vez que seus olhos miravam nele só conseguia detectar ainda mais sinais das maldições que o próprio fez contra sua alma.
— Certo! Fenrir, vai querer aquela trouxa ainda?
Narcisa se curvou para Lord Voldemort.
— Irei me deitar, Lord. Estou cansada.
Voldemort a expulsou com um aceno de mão prestando atenção em Greyback que pulou em cima daquela mulher que gritou pela mordida em seu braço. Ela apenas seguiu andando em direção das escadas com sua cabeça erguida sabendo que Draco estava lhe seguindo, sabia que em algum momento Lucius seria solto de Azkaban e retornaria para casa, sinceramente, ela não estava ansiosa para ver novamente o marido.
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Teatro dos tempos - Dramione
FanfictionEla perdeu todo mundo que amava. Perdeu seus amigos, perdeu seus pais, perdeu seu namorado e perdeu seu filho. Não restava mais nada, nem sua vontade de viver. No exato momento que decidiu que iria acabar com a própria vida, sua sogra invadiu sua...