Estava afogada em sua própria mente

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Assim que abriu os olhos sentiu como se estivesse presa novamente naquele futuro terrível

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Assim que abriu os olhos sentiu como se estivesse presa novamente naquele futuro terrível. Mergulhada em suas lembranças macabras que aterrorizavam cada célula do seu corpo, vivendo novamente em pleno terror. As memórias do que havia sonhado – ou melhor, revivido – a atingiam com uma força esmagadora. Imagens fragmentadas de sangue, gritos e caos passavam pela sua mente. Ela tentava distinguir o que era real e o que era apenas um reflexo distorcido do seu subconsciente.

Não poderia de forma alguma reviver aquele inferno.

No entanto, quando piscou ofegante percebeu que tinha emergido de um pesadelo sufocante. 

Seu coração disparava, batendo tão forte que ela podia senti-lo em sua garganta. Seus dedos tremiam, e ela os olhou fixamente, esperando encontrar algum vestígio do que tinha visto em seus sonhos, como se o horror estivesse impregnado em sua pele. A respiração acelerada fazia seu peito doer, e um nó crescia em sua garganta, ameaçando sufocá-la. Ela levou as mãos aos cabelos, puxando-os como se aquilo fosse de alguma forma conter a maré de pânico que tomava conta de seu corpo.

As lágrimas brotaram involuntariamente, escorrendo quentes pelo rosto enquanto sua mente corria desenfreada. Era impossível distinguir o que era pior: as memórias ou a sensação de não conseguir escapar delas. Hermione sentia-se presa, impotente, como se o ar ao seu redor estivesse se tornando cada vez mais denso, e a pressão em seu peito aumentava a cada segundo.

Então, ela ouviu a sua voz.

— Granger, você está bem?

Ele estava morto, não, ele não estava.

Ela está no passado. Conseguiu retornar.

Ao virar o rosto para encará-lo, observou aqueles olhos que tanto amava e Hermione não pensou quando agiu por impulso. 

Com o pânico ainda pulsando em suas veias, ela se inclinou e o beijou. O toque dos lábios dele nos seus foi imediato e intenso, como se todo o caos em sua mente tivesse encontrado um único ponto de fuga. Era um beijo ardente, carregado de emoção, e, por um breve momento, o turbilhão de pensamentos e memórias em sua mente silenciou.

Draco, surpreendido, permaneceu imóvel por uns segundos antes de sua mão se encaixar em sua nuca e retribuir. O beijo foi desesperado, quase violento, como se ela estivesse tentando ancorar-se em algo, em qualquer coisa, para não se perder no abismo de sua própria mente. 

Ela precisava escapar daquele inferno.

Hermione segurou a nuca de Draco com força, seus dedos se entrelaçando em seus cabelos platinados, e a intensidade do gesto era o suficiente para apagar qualquer coisa ao seu redor. Ela sentia o calor da pele dele contra a sua e naquele momento nada mais importava. O peso do mundo, das memórias, de tudo o que a atormentava, pareceu desaparecer. Tudo que restava era aquele beijo profundo e o silêncio reconfortante que finalmente encontrou em meio ao caos.

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