Forças Ocultas

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Em algum lugar, próximo da fronteira com a Alemanha, um antigo castelo se ergue, sinistro, em cima de um grande rochedo.

Trata-se de mais uma residência da nobre família Heinstein, cujas mortes misteriosas, alguns anos antes, havia  chocado a elite da época.

Deixando isso de lado, aquele é um bom castelo, tão imponente quanto qualquer outro de sua qualidade.

Além disso, diziam que fora, originalmente, propriedade do próprio Vlad III da Valáquia, ainda que sua posição geográfica tornasse a afirmação improvável.

É claro que, àquela altura, ninguém morava mais na nobre residência (que já era ignorada pelos Heinsteins muito antes da tragédia que vitimou sua família).

Pelo menos, era assim que as coisas deveriam ser, já que, contrariando todas as possibilidades, sons de passos estão sendo ouvidos pelo grande salão de festas que, tantos anos antes, havia sido usado pela aristocracia local.

Dirigindo-se até uma sala de música, decorada segundo o estilo barroco, uma mulher senta-se em uma cadeira de carvalho negro, com veludo vermelho e braços de leão.

Ela é muito bonita, mas sua palidez transmite qualquer coisa melancólica. Não é em nada assustadora, mas qualquer um diria que a moça precisou de um abraço, muito tempo atrás, mas não o teve.

Deve ter por volta de 14 ou 15 anos, tem lindos olhos violetas, uma gargantilha negra e um colar de pérolas (uma provável herança de família).

A moça usa um vestido tão negro quanto a noite e está agora dedilhando uma pequena lira de metal, enquanto admira uma pintura acima da lareira.

Enquanto ela se distrai, um estranho se aproxima, pedindo-lhe audiência.

Ele traja um tipo de armadura negra, feita de algo próximo ao metal, mas que pouco lembra as ligas metálicas que aprendemos na escola. Ela lhe cobre todo o corpo, até mesmo a cabeça, graças ao sinistro elmo, que muito lembra a cabeça de um Wyvern, um tipo de dragão europeu; apesar disso, o rosto do homem é bastante visível, mas quem dera não o fosse!

A veste possui duas grandes asas, que brilham com a luz da lua, tornando a figura tal qual um emissário das profundezas, saído de um do contos de Allan Poe.

– Radamanthys… – diz a mulher, com uma voz tranquila – Ainda não partiu? Porquê?

– Minha senhorita Pandora – respondeu Radamanthys, com extrema reverência – os espectros do senhor Hades já estão preparados. Mas ainda não entendo porque confiar nossa missão a esses tolos reanimados que já foram derrotados.

– Se refere àqueles que o senhor Hades trouxe de volta do abismo… – disse Pandora – Nosso senhor deseja poupar seu exército sagrado, usando esses mortais. Como está o primeiro grupo?

– Pronto para o ataque, senhorita Pandora. E os escravos estão a caminho do primeiro ponto de busca. Logo, eles irão encontrar o que desejamos…

– E? – impacientou-se Pandora.

– Minha senhorita… – prosseguiu Radamanthys – o primeiro grupo não deveria atacar o santuário de Atena?

– Atena não está no santuário – respondeu Pandora – Ela está no palácio imperial ghalaryano, à espera de ajuda para nos combater nesta guerra.

A Liga de Atena: A Ressurreição de Hades Onde histórias criam vida. Descubra agora