Uma viagem ao passado - Sheibi

Cap. 11 - Academia.

Sheilla Castro.
Depois do almoço, se passaram uma semana e eu não tinha visto mais a Gabriela, só pelo Instagram que soube que ela foi a viagem de férias com a Zehra, foram pra Argentina, conhecer Ushuaia, que só por ver o lugar já dava pra perceber que foi a turca que escolheu o destino, porque a Gabi odiava o clima frio. Zehra postou um monte no seu perfil, fotos e vídeos dos passeios onde dava pra ver pela cara dela que não estava nada feliz nesse lugar, mas tava tentando se animar, só que pra mim não poderia mentir.
Chegando a academia eu vi ela na esteira, quando me viu me deu um sorriso singelo, ao qual correspondi, e cheguei cumprimentando ela.
- Bom dia Gabriela, como você está? Faz tempo que não te vejo por aqui - falo rindo pra ela, enquanto eu colocava o meu telefone e fone de ouvido num lugar apropriado
- Bom dia Sheilla, tudo bem e você? É, estive um pouco sumida daqui mas já voltei, tive uma pequena pausa por férias mais já voltei a rotina de volta- ela me respondeu sorrindo também- você continua vindo de manhã sempre?
- Sim, velhos hábitos que eu não troco- falo olhando pra ela- eu estive acompanhando pelo insta a sua viajem, você deve ter amado o clima no lugar que você foi né?- eu falei já rindo dela que me olhou rindo também
- Nossa, você nem imagina o quanto que eu amei, não vejo a hora de voltar- ela falou sarcasticamente e sorrindo pra mim- velho hábito que eu não mudo também, continuo odiando qualquer lugar frio, não importa se é aqui ou na Europa, meu ódio pelo clima clima frio não muda, só aumenta- ela falou com ódio e eu continuei rindo dela
- Por que você foi então? Por que não escolheu um lugar com clima quente?
- Porque a Zehra escolheu né, não tive outra opção que aceitar, pensa numa pessoa que ama frio, tive que ceder né, mais na próxima não deixo ela escolher mais destinos para férias, ela já tá prohibida- ela falou sorrindo- mais não foi muito mal, teve lugares perfeitos que conheci, provei todos os vinhos que falando disso são excelentes, os restaurantes impecáveis, eu curti muito.
- Fico feliz por você ter curtido, sério - falo olhando pra ela- te deixo treinar em paz, a gente se vê por aí Gabriela
- Espera- ela me fala, e eu olho pra ela- se não for muito incômodo pra você a gente podia treinar juntas hoje? Eu tô sozinha e você sabe que eu não gosto de treinar sozinha- ela riu pra mim
- E o que eu ganho por te dar a honra da minha companhia no treino? - falo sorrindo pra ela, que me olha e nega com a cabeça sorrindo
- Eu posso te pagar com um bom café da manhã e te presentear com a minha companhia - ela me disse
- Feito, se prepara, que eu treino bem pesado e tem que ter pique pra me acompanhar- falei piscando pra ela que me segui rindo.
Escutar esse riso foi música para os meus ouvidos, depois de tanto tempo ela ainda tinha esse poder sobre mim.
Gabriela Guimarães.
Quando ela me disse que treinava pesado não imaginava que estava falando sério, por sorte o meu entrenador de academia do clube já tinha me acostumado a treinos mais intensos mas por passar uma semana de molho, me custou um pouco pegar o ritmo, mas quando peguei já foi de boas. Treinar com a Sheilla foi voltar ao passado, isso era rotina pra gente quando estávamos juntas, acordar cedo, tomar café e ir treinar juntas, meio que era um momento só nosso, e me peguei pensando nisso ao terminar de treinar, pensando no que fomos e percebendo que por mais que passaram anos, a nossa conexão é cumplicidade não tinha mudado nada, meu corpo reagia com ela perto, o meu coração acelerava ainda mais com o seu sorriso ou timidez, e eu sentia vontade de beijar ela a cada desafio que ela me dava nos treinos. Meu Deus, essa mulher ainda me tem nas mãos, pensei comigo mesma, como que ela faz isso?
- Bora Gabriela, que se bem me lembro, você ia me pagar um café da manhã e eu já tô com fome depois desse treino que a gente fez, boraaaa -ela me disse a uns metros de distância de mim.
- Calmaaa, tem gente ainda de mal humor quando tá com fome? -falei rindo pra ela- bora te alimentar pra outras pessoas não saírem afetadas pela sua fome- ela olhou feio pra mim é saiu andando, e eu atrás dela
- A gente vai na cafeteria aonde sempre íamos?- ela perguntou caminhando ao meu lado
- Vamos, velhos costumes a gente não deveria trocar né? -falei olhando seriamente pra ela.
- Não deveríamos- ela me disse, e fomos caminhando pra cafeteria aonde sempre costumávamos ir quando estávamos por BH.
Acho que o meu passado está querendo voltar ao meu presente, deveria deixar ela voltar?