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Os três curtiam bastante o passeio em família.

O pequeno via a necessidade de imitar cada animal que seus olhos localizaram, fazendo-as rir de suas atuações únicas. E, no flamingo, Raquel o ajudou quando as suas ideias lhe deixaram na mão.

Ela mostrou como poderia fazer: apoiar-se em uma só perna e enroscar a outra ao redor da mesma em uma bela pose. Porém, após um bom tempo na mesma posição, a mais velha desequilibrou e quase caiu na grama, tendo que se apoiar na grade de uma outra ave, que a assustou com o som agudo feito e lhe fez correr para os braços de Alicia em um só pulo.

Assim, o pequeno também desprendeu-se da sua pose, pois perdera as suas forças rindo da sua mãe. Já estava vermelho e descansava as mãos sobre a barriga, que começava a doer pela quantidade de gargalhadas dadas enquanto Alicia também ria, até então observando-os a alguns passos de distância, já que o grande show era para ela.

Murillo encarou Sierra ainda sem soltar-se dos seus braços, mas a ruiva não conseguia esquecer do susto que a loira havia tomado minutos antes e que parecia ter sido a coisa mais engraçada que já havia presenciado em toda a sua vida. Gargalhou, sem sequer conseguir voltar a tomar o seu sorvete em suas mãos.

Imediatamente Raquel tomou a sua casquinha e, como vingança, grudou-a no rosto da mulher, que só assim conseguiu parar de rir.

—Filha da puta!–Respondeu incrédula enquanto segurava o riso.

—Olha, meu filho!–Apontou para a ruiva.—A sua mãe agora é um tucano.–Disse para o pequeno, que sem aguentar mais, deitou-se no chão de costas por tanto rir, agora sendo acompanhado por Raquel.

Quando estavam se recompondo após tantos risos, a loira levantou o pequeno do chão, limpando as suas roupas enquanto Alicia limpava o seu rosto com lenços umedecidos que tinham na bolsa.

—Eu te ajudo, vem.–Agora Raquel foi até Alicia, tomando a folha do lenço de suas mãos e limpando as partes do rosto que ela ainda não tinha alcançado.—Prontinho.–Sorriu como se não fosse a responsável pelo feito.—Agora está limpinha. Nem parece que com essa idade tenha esquecido como é que se toma sorvete.–Lhe zoava, retirando completamente a sua culpa da história.

—Você é muito sonsa mesmo, não é, morde e assopra?–Agarrou-a pela cintura, colando os seus corpos, arrancando um sorrisinho safado da mais baixa.

—Só não me beija. A sua boca está cheirando a bunda de bebê.–Se soltou antes que a mulher lhe roubasse um selinho.

Mais uma vez deixava Alicia incrédula por ter sido deixada na vontade e também surpresa sobre o quanto a sua mulher era cínica.

—Mamãe está com cara de bunda!–Disse o pequeno, levando as mãos a boca no momento seguinte e voltando a rir. Também era ótimo nas zoações.

E realmente Alicia havia ficado com essa cara após o fora que levou. A culpa não era só do novo cheiro no seu rosto, apesar da inocência do pequeno com as palavras.

Seguiram a trilha juntos.

O pequeno se surpreendia com cada animal que via pela primeira vez, fazendo mil perguntas, que ultrapassavam as pequenas informações contidas em cada jaula.

Elas precisavam se virar para respondê-las e, por isso, na tentativa de que o pequeno não se demorasse com os questionamentos, vez ou outra Alicia mentia, recebendo olhares negativos de Raquel, que não concordava com isso.

—Por que o Léo não pode dar comidinha a eles, mamãe?

—Poque se der comida de humanos para esses macacos, eles vão acabar ficando muito estressados, como você quando está com fome e sono ao mesmo tempo. Então, começam a crescer, crescer e crescer... E quando for perceber, já estão como o Hulk.–Ela conseguia o fazer imaginar a cena como se estivesse realmente acontecendo.—Porém, eles não têm superpoderes e só crescem até explodirem.–Falava simplesmente, como se não estivesse apavorando o pequeno, que imediatamente entregava o pacote de biscoitos que comia para que Raquel o guardasse, na tentativa de escondê-los dos animais para protegê-los.

DNA e família - SPIN-OFFOnde histórias criam vida. Descubra agora