Os quatro caminhavam pelas ruas de pedras do Pelourinho. As mulheres, especialmente Raquel, se encantavam com as arquiteturas e as lojas, que vendiam objetos que jamais tiveram contato antes, totalmente diferente da sua cultura. Mas despertava um interesse imenso para saber seus significados e arriscar manuseá-los.
Em contrapartida, Alicia focava mais nas pessoas. Tentava encontrar uma semelhança no meio de tantas diferenças. Porém se atirava em uma confusão quando percebia que cada um havia uma particularidade. Ela simplesmente não conseguia distingui-los dos turistas e definir quais seriam os traços brasileiros, porque todos eram. E por essa ela não esperava. Acho que havia se deixado cair nos esteriótipos que o seu país local criou sobre esse povo.
Enquanto isso, o Léo não se importava em observar nem uma coisa e nem outra. Apenas subia e descia com a sua irmã, como se aquelas ruas já fossem parte do seu cotidiano. Se adaptava fácil e já parecia mais brasileiro que Paula, que estava consquistando a nova terra ainda. E se entregava à musicalidade do local, se remexendo a cada batuque, dançando os diferentes sons que ouvia em cada esquina: um em um ritmo completamente oposto ao outro. Ora mais calmo, pra extremamente agitado.
O pequeno estava acompanhado da sua irmã, que seguia os seus passinhos bastante criativos. Ele estava adorando tudo aquilo e chamava a atenção de todos que cruzavam o seu caminho, o cumprimentando através de acenos, que fazia questão de devolver como uma verdadeira estrela de Hollywood bastante acessível.
Eu creio que se encontrasse um lugar tocando suas músicas infantis favoritas, com toda certeza, pediria imediatamente para suas mães entregarem a sua guarda de bandeja à sua irmã. Afinal, não haveria problema algum em morar por ali: onde tudo era uma festa o tempo todo. E essa era literalmente o resumo de sua personalidade: adorava uma curtição e já mostrava que no futuro daria muito trabalho com escapadas às baladas e shows desde sempre.
—Olha, amor!–Raquel chamou a atenção de Alicia para o filho delas.—Não sei de quem puxou tanta simpatia.–Provocou.
—Com certeza não foi de você, Raquelzinha!–Devolvia a provocação.
—Então você é a simpática da história?–Debochou.—Ok!
—Sou o carisma em pessoa! Não vê?
—Nenhuma das duas são têm esse dom!–Paula endeusava o seu irmão.—Deve ter puxado ao pai.–Brincava.
—Ao Pai Nosso que estás no céu, só pode!–A ruiva debochava, fazendo as outras rirem.
—Ah, com certeza!–Concordava sem porcento com a afirmação feita.
Riram e Raquel juntou ainda mais o seu corpo ao de Alicia, não satisfeita apenas em segurar a sua mão dando uma boa distância, com os braços um tanto esticados ao ponto de parecer que a ruiva segurava a loira para que não acabasse comprando um mundo de lembrancinhas inúteis, que nem a mesma usaria.
A loira pós também a mão livre segurando o mesmo braço da ruiva, beijando o seu ombro rapidamente, enquanto caminhavam mais lentamente para que o pequeno curtisse o ritmo que mais havia lhe agradado até então: Samba Reggae. Na verdade, ele nem sabia apreciar, apenas se divertia, pois a percussão fazia o seu coração acelerar e parecer acompanhar cada toque.
As mais velhas riam ao vê-lo dançar com a Paulinha, segurando as suas duas mãos enquanto pulava e sacodia os braços dela, que tentava dar um sentido aos seus movimentos, atrelados a música.
—Fodeu, Raquel!–Disse Sierra.—Eu perdi o meu filho para a sua filha.–Disse sem que tirassem os olhos dos mais novos.—Terá que me dar outro.–Olhou para a sua namorada, que retribuiu. Riram, quase gargalhando e deram um selinho, voltando a caminhar, agora tentando acompanhar o pequeno nas danças. E se divertiam tanto que era impossível esconderem os dentes e deixarem de sorrir largamente.
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DNA e família - SPIN-OFF
ФанфикEssa é a história que continua após o livro "DNA: ligações". É um spin-off. O foco desse livro é cem porcento na família Sierra Murillo e todos os desafios que enfrentaram após a comunhão repentina.