Nos últimos anos, a família passou por enormes mudanças. Paulinha, como já era de se esperar, se instalou no Brasil de uma vez por todas e, lá, após aprender a língua, formou-se. E agora encontra-se a caminho da faculdade de psicologia.
Enquanto isso, o seu irmão mais novo iniciava sua vida escolar, já aos dois anos e meio de idade.
—Filho!–Raquel lhe chamava ao fechar a sua lancheira.—Léo?–Gritou mais uma vez.
O pequeno estava no banheiro da suíte de suas mães penteando o seu cabelo enquanto Alicia o ajudava a se equilibrar na pia para que tivesse acesso ao espelho.
Se Raquel presenciasse aquela cena talvez mataria Alicia.
A ruiva sorria sem mostrar os dentes o observando tentar deixar os seus fios alinhados para um só lado, como de costume, porém não tinha coordenação motora o suficiente para segurar o pente.
—Mamãe!–Disse ao ouvir Raquel lhe chamar.—“Azuda”, mãe.–Pedia, atirando-se aos seus braços com medo de cair do balcão do banheiro.
—Corre, carinha! Vai!–Disse ao colocá-lo no chão.
O menino saiu disparado até colidir o seu rosto contra as pernas de Murillo, já que não teve forças nas perninhas para diminuir a velocidade rapidamente. Logo ameaçou chorar com o susto do impacto.
—Pronto, meu amor. Não foi nada.–Conferia se havia se machucado.—Eu falei o que sobre correr dentro de casa, hum?–Lhe chamou a atenção, segurando o seu queixo enquanto olhava em seus olhos.
—Mamãe Alicia mandou.–Entregava a mulher com uma voz dengosa, fazendo um biquinho ainda decidindo se chorava ou não.
—Claro que foi.–Raquel conhecia a mulher que tinha.—Mas está tudo bem. Não precisa chorar, ok?–Alisou a uma das suas bochechas gordinhas e aproveitou para ajeitar os seus fios ruivos.—Pega a sua mochila.–Deu um beijo na testa do pequeno antes de pronunciar essas palavras e se levantar, encarando a ruiva já à sua frente um tanto amistosa.—Alicia...–Lhe repreendia.
—Moleque fofoqueiro!–Disse, olhando para o pequeno.
Os dois pareciam duas crianças birrentas. A diferença é que tinham pelo menos quarenta e cinco anos de distância quando se tratava da idade de ambos.
—Eu disse a “vedade”.–Deu ombros, alcançando a sua mochilinha sobre o sofá, com um pouco de dificuldade, e levou-a até Raquel para que o ajudasse a colocar em suas costas.—“Azuda” o Léo, mãe.–Pedia.
—Claro que eu ajudo, meu amor.–Raquel se derretia ao vê-lo falando alguma frases e aquela era uma delas. Logo o ajudou a vestir a mochila de gatinho e segurou a lancheira temática da criança nas mãos.—Pronto?
—“Xim”!–Ele afirmou balançando a cabeça com força ao ponto de curvar o corpo para frente de forma rápida para dar ênfase na sua confirmação.—Vamos “pa” “icola”!–Disse animado, levantando os braços em comemoração, antes de segurar uma das mãos de Murillo.
—Vamos, meu outro bebê?–Agora falava com Alicia, que ria ao assistir a forma que o garotinho se expressava e confirmava sorrindo, respondendo a fala de Raquel, que prontamente entregou a lancheira para ela e pegou a sua bolsa, seguindo os três em direção a saída para que alcançassem o carro.
Alicia prendeu o pequeno à cadeirinha e não demorou muito para ter que tirá-lo novamente, uma vez que a escolinha não era longe de casa.
Antes de descer do veículo, o Léo deu um beijo no rosto de Raquel, que retribuiu, ainda no volante, e logo caminhou de mãos dadas com a ruiva até a entrada do prédio, onde sua professora já o aguardava.
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DNA e família - SPIN-OFF
FanfictionEssa é a história que continua após o livro "DNA: ligações". É um spin-off. O foco desse livro é cem porcento na família Sierra Murillo e todos os desafios que enfrentaram após a comunhão repentina.